Por: Alfredo Melo – Mané Garrincha, indiscutivelmente, um dos cinco maiores jogadores de todos os tempos, como atleta de alcova, segundo jogadores, diretores, jornalistas e mulheres, era tão fenomenal quanto como jogador de futebol. Além de vontade e disposição, também era bem-dotado.
Casado com dona Nair, com quem teve 7 filhas, no distrito de Pau Grande, no município de Magé, Rio de Janeiro, também mantinha em um apartamento, em Botafogo, perto do clube, dona Iraci, uma antiga namorada e ex-colega da fábrica de tecidos em Pau Grande. Além das duas residências, Garrincha também dava assistência a outras mulheres. Daí a necessidade de sempre estar fugindo das concentrações.
Ao voltar da Copa da Suécia, teve um caso com a vedete Angelita Martinez, na época, as pernas mais bonitas do Brasil e sonho de consumo dos políticos. Na Copa do Mundo do Chile, conheceu a cantora Elza Soares, e o romance se transformou em um turbilhão na vida dos dois. Uma das mais famosas fugas de Mané, da concentração, aconteceu em Juiz de Fora. Quando o Botafogo foi disputar um amistoso contra o Tupi, em um feriado de 7 de setembro.
O Botafogo chegou à cidade na véspera do jogo. Os jogadores iriam jantar e se recolher. O treinador Zezé Moreira já vinha de olho em Garrincha há algum tempo. Às 22 horas foi checar o quarto onde Garrincha dormia com o zagueiro Tomé e encontrou apenas o zagueiro dormindo. Sem se abalar, o velho treinador foi à portaria do hotel e indagou se Mané havia passado por ali.
O porteiro confirmou e disse que Garrincha havia tomado um táxi, que faz ponto na portaria do hotel, e que o táxi já havia retornado. Zezé pegou o mesmo táxi e disse que ia encontrar com Garrincha e que o deixasse no mesmo lugar. Zezé Moreira ficou desnorteado quando o táxi parou em frente a um bordel. Sem saber se entrava ou voltava, Zezé resolveu dar um flagra em Garrincha e por um ponto final naquelas fugas.
Dentro do bordel, na penumbra, Zezé tinha dificuldade em enxergar e, pra seu azar, antes de avistar o Mané, foi visto primeiro. Garrincha se aproximou por trás de Zezé e, baixinho, soltou a bomba: “Seu Zezé, o senhor por aqui? Se eu soubesse que o senhor gosta, tinha lhe chamado para vir junto”. Zezé disfarçou e se mandou, voltando rapidamente para o hotel e nunca mais tentou impedir as fugas de Garrincha.
Bem, até que enfim o Alfredo Melo assume a verdade que nunca quis calar: ele é o Gatinho Cruel, que agora sai de cena para dar lugar ao seu criador. Enorme criatura no sentido literal, na bondade, no caráter e no conhecimento profundo do futebol e das coisas boas da vida, inclusive pratos deliciosos. Ah, tem também a
paixão pelo Botafogo cada dia maior