Por: Alfredo Melo – Em 2012 a gandula Fernanda Maia, na decisão da Taca Rio entre Vasco x Botafogo, lembrou um outro Vasco x Botafogo, em 1988, pelo Campeonato Brasileiro.
Se no Vasco x Botafogo, da Taca Rio, a gandula Fernanda saiu do estádio vibrando com a conquista do seu time na vitória de 3×1, onde ela, involuntariamente, foi importante, no primeiro gol do clube da estrela solitária. A outra gandula, a Sonja, menina de 11 anos de idade, não resistiu a marcação do terceiro gol do Vasco, na vitória de 3×0 e desabou em lagrimas, sentada em cima da bola, na lateral do campo, em frente ao banco de reservas do Botafogo.
Seu choro comoveu a todos e, um repórter de televisão, ao perceber as lagrimas da menina, quis saber o motivo de tanto choro.
Sonja em soluços disse que era torcedora do Botafogo e não estava aguentando aquele sofrimento. As lagrimas de Sonja, comoveram não só a torcida botafoguense, como, também, o banco de reservas do Botafogo, tanto que o lateral Renato, tirou sua camisa e entregou para a gandula, numa tentativa de amenizar seu sofrimento.
Na segunda-feira, o choro de Sonja, foi manchete em todos os jornais cariocas e em programas esportivos de rádio e televisão. O sentimento de dor daquela gandulinha, comoveu o presidente e mecenas do Botafogo, o falecido Emil Pinheiro, que em uma entrevista disse, que enquanto fosse presidente do Botafogo, Sonja, nunca mais derramaria lagrimas de tristeza pelo Botafogo.
Aquele time que fez Sonja chorar, era a base do time que, no ano seguinte, quebraria um jejum de vinte anos sem títulos do alvinegro.
Participaram daquele jogo, os jogadores que seriam bicampeões carioca 89/90, tais como: Mauro Galvão, Vitor, Paulinho Criciúma, Carlos Alberto Santos e Mazzolinha.
Em junho de 1989, na festa do título, a grande homenageada foi Sonja, que substituiu as suas lagrimas de tristeza, por lagrimas de alegria.
Emil Pinheiro, foi presidente do Botafogo até 1992. No campeonato brasileiro de 2023, com um segundo turno desastroso, o Botafogo, vê o título quase ganho, escapar entre seus dedos e leva a torcida a refletir sobre as gandulas Fernanda Maia e Sonja.
A torcida querendo ser Fernanda Maia, mas se aproxima da gandulinha Sonja. Não temos mais Emil Pinheiro, mas temos John Textor, que parecia reviver a saga do grande benemérito alvinegro. Infelizmente, Textor se perdeu na hora de lidar com a substituição de Luiz Castro, que preferiu os petrodólares aos dólares americanos.
Bem, até que enfim o Alfredo Melo assume a verdade que nunca quis calar: ele é o Gatinho Cruel, que agora sai de cena para dar lugar ao seu criador. Enorme criatura no sentido literal, na bondade, no caráter e no conhecimento profundo do futebol e das coisas boas da vida, inclusive pratos deliciosos. Ah, tem também a paixão pelo Botafogo cada dia maior…