A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, na terça-feira, 18, a decisão que declarou a perda da nacionalidade brasileira de Carlos Natanael Wanzeler, ex-sócio da TelexFREE, após ele ter requerido a cidadania americana. A maioria da Turma decidiu seguir o relator, ministro Ricardo Lewandowski, que já havia dado liminar nesse sentido.
O ministro Edson Fachin foi o único voto divergente. A decisão foi tomada em 2018 pelo então ministro da Justiça, Torquato Jardim, e questionada por Wanzeler no Supremo. Carlos Wanzeler foi denunciado sob acusação de oferecer um esquema de pirâmide financeira por meio da empresa TelexFREE. No Brasil, segundo o STF, foram mais de 11 mil ações civis movidas por particulares, três ações de natureza tributária, 15 ações penais e uma ação civil pública. Nos Estados Unidos, Wanzeler responde a ação penal, com pedido de prisão feito em maio de 2014.
Na época, o Ministério da Justiça informou que, apesar de possuir o green card, documento que lhe autorizava o exercício dos direitos civis e a permanência nos Estados Unidos, Wanzeler optou voluntariamente pela aquisição da cidadania estrangeira. Para a pasta, ele se refugiou no Brasil para fugir das autoridades americanas.
Os advogados do empresário, por outro lado, negaram essa versão e argumentaram que ele optou pela nacionalidade americana para acelerar o procedimento de visto de residente permanente para sua filha e, assim, garantir a convivência familiar. Na quinta-feira, 20, a Polícia Federal prendeu Carlos Wanzeler, que deve ser extraditado para os Estados Unidos.