Da Redação – O Telegram emitiu uma declaração defendendo seu CEO e fundador, Pavel Durov, após a sua prisão na França. A empresa afirma que “é absurdo alegar que uma plataforma ou seu proprietário são responsáveis pelo abuso [no uso] dessa plataforma” e que Durov “não tem nada a esconder”.
“O Telegram obedece às leis da UE, incluindo a Lei de Serviços Digitais — sua moderação está dentro dos padrões da indústria e está em constante melhoria. O CEO do Telegram, Pavel Durov, não tem nada a esconder e viaja frequentemente pela Europa. É absurdo alegar que uma plataforma ou seu proprietário são responsáveis pelo abuso dessa plataforma. Estamos aguardando uma resolução rápida dessa situação. O Telegram está com todos vocês”, diz a declaração da empresa.
A Prisão
Durov foi preso no aeroporto de Le Bourget, em Paris, na noite de sábado (24/8), após chegar em um jato particular vindo do Azerbaijão. O bilionário russo de 39 anos tem cidadania na França e nos Emirados Árabes Unidos, este último onde o Telegram está sediado.
Agências locais relatam que a prisão de Durov ocorreu devido a um mandado relacionado à investigação sobre a suposta falta de moderadores no Telegram. A acusação é de que ele supostamente não teria tomado medidas suficientes para cercear a liberdade de expressão na plataforma. Há relatos sobre acusações sobre recusa em entregar dados de usuários.
A imprensa local noticiou que Yulia Vavilova, suposta namorada de Durov, também teria sido detida. Relatos indicam que Vavilova pode ter sido um fator na prisão de Durov. Vavilova, que foi vista com Durov em diversas ocasiões e estava a bordo do jato, postou atualizações no Instagram (fotos e stories) de sua viagem supostamente disponibilizando sua geolocalização.
Telegram atrai atenção de governos em todo o mundo
Embora não seja criptografado por padrão, a abordagem de moderação do Telegram faz com que muitos o vejam como uma alternativa privada e sem censura a outras redes sociais. Isso, no entanto, tem atraído a atenção de governos em todo o mundo, incluindo a França, que alegou – sem apresentar evidências – preocupações com “segurança” e “violação de dados”.
O Telegram enfrentou tentativas de censura e banimento em vários países, incluindo a Rússia, que tentou proibir o aplicativo em 2018, e o Brasil, onde o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a ordenar o bloqueio do app, apesar da Constituição vetar a censura.
Durov falou em abril sobre a pressão de agências de segurança dos Estados Unidos, afirmando que o FBI e outras autoridades tentaram estabelecer um relacionamento para melhor controlar o Telegram.
A Rússia parece muito interessada no que acontece com Durov, a Embaixada Russa em Paris diz que o governo francês até agora não lhe concedeu acesso a Durov.