Da Redação – As primeiras horas de 2025 foram de horror, medo e mortes para Nova Orleans, cidade histórica e turística do estado da Louisiana, no sul dos Estados Unidos. Às 3h15 desta quarta-feira (6h15 em Brasília), o ex-militar americano Shamsud Din Jabbar, 42 anos, acelerou a caminhonete elétrica Ford F150 branca quando entrou pela Bourbon Street, no coração do famoso French Quarter, no momento em que a multidão comemorava a virada do ano. Na traseira da picape alugada, a bandeira do Estado Islâmico estava pendurada em uma haste.
Segundo as autoridades, Jabbar atropelou dezenas de pessoas, matando 15 e ferindo 35. Após o automóvel colidir com uma empilhadeira, ele saltou do carro e disparou contra policiais, que o eliminaram.
Horas depois, um carro elétrico da Tesla explodiu diante de um hotel do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, em Las Vegas. O FBI investiga o incidente em Nova Orleans como um “ataque terrorista” e acredita que Jabbar teve a ajuda de cúmplices. “Não acreditamos que Jabbar tenha sido o único responsável”, declarou a agente do FBI Alethea Duncan. Também não se descarta ação intencional em Las Vegas.
A 19 dias de tomar posse, Trump culpou a imigração ilegal pelo atentado em Nova Orleans, apesar de Jabbar ter nascido no Texas. “Eu disse que os criminosos que estão chegando são muito piores do que os que temos no país (…) e acabou sendo verdade”, escreveu nas redes sociais, antes da divulgação da identidade do agressor.
Por sua vez, o presidente Joe Biden declarou estar grato pela “resposta corajosa e rápida” das autoridades locais, no sentido de prevenir mais mortes. “Não há justificativa para a violência de nenhum tipo e não toleraremos nenhum ataque contra nenhuma das comunidades de nossa nação”, reagiu. À noite, fez um discurso à nação, em Camp David (Maryland), no qual afirmou que os investigadores apuram se há conexões entre os incidentes em Nova Orleans e em Las Vegas.
Dentro da picape, os agentes encontraram dois dispositivos explosivos improvisados. Também foi localizada ao menos uma bomba em um ponto do French Quarter. Segundo o FBI, Jabbar é um corretor de imóveis do Texas que passou 10 anos atuando como especialista em tecnologia da informação no Exército. Em 2020, ele publicou um vídeo no YouTube em que vangloriava-se de suas habilidades como “negociador” em gestão imobiliária. Nos últimos dias, Jabbar gravou uma série de vídeos, provavelmente enquanto dirigia do Texas para a Louisiana. Nessas gravações, ele afirma que se alistou ao Estado Islâmico.
Shamsud Din Jabbar
O jornal The New York Times informou que a ficha criminal de Jabbar tem dois delitos menores: em 2002, por roubo, e em 2005, por dirigir com a habilitação inválida. A imprensa divulgou que ele foi casado por duas vezes, e a segunda união terminou em divórcio em 2022, quando ele detalhou problemas financeiros em um e-mail enviado ao advogado da ex-mulher.
FBI também revelou que Jabbar era um veterano do Exército americano e serviu o como Especialista em Recursos Humanos. Durante o serviço ativo ele foi enviado ao Afeganistão onde permaneceu de fevereiro de 2009 a janeiro de 2010 e após o serviço ativo, serviu na Reserva do Exército como Especialista em TI de janeiro de 2015 a julho de 2020.
Jabbar é registrado como eleitor ativo no Texas, embora não tenha filiação partidária naquele estado. Anteriormente ele residiu na Carolina do Norte e em 2012 ele estava filiado ao partido democrata.