Da Redação – Com a chegada do democrata Joe Biden ao poder nos Estados Unidos, muita gente criou esperanças de que o embate entre TikTok e as autoridades do país pudesse cessar mais rapidamente. No entanto, parece que os norte-americanos ainda precisarão aguardar mais um tempo, já que o prazo para análise das restrições contra a rede social foi postergado.
Segundo o repórter Scott Nover, da AdWeek, a administração Biden decidiu adiar para 11 de junho a data para dar uma resposta definitiva. Integrantes do novo governo disseram ser necessário mais tempo para analisar o caso e tomar uma decisão correta.
Em fevereiro, a equipe já havia mencionado que precisava estudar as sanções aplicadas para entender o assunto de modo mais abrangente no intuito de “proteger os dados dos EUA e analisar toda a gama de ameaças”. O prazo para penalização do TikTok foi estendido diversas vezes pelo governo anterior: primeiro em setembro, depois em dezembro e novamente em janeiro, empurrando a decisão para a nova gestão.
O governo Trump foi inflexível na decisão de penalizar e até banir o TikTok no país, além de ter criado empecilhos para impedir a sua venda para alguma empresa dos EUA — Oracle e Walmart tinham interesse em adquirir 20% das operações da rede social em setembro do ano passado. A ideia era manter um conselho gestor no país composto majoritariamente por estadunidenses para provar que não havia segundas intenções com o uso de dados.
Embate ideológico nos EUA
Sob a alegação sem provas de que o TikTok representaria um sério risco à segurança nacional, o Departamento de Comércio dos EUA quis impor restrições que prejudicariam o funcionamento da rede no país. Segundo o governo, dados pessoais de usuários norte-americanos poderiam ser acessados pelo governo da China e usados para fins de espionagem.
A rede só não foi banida porque decisões judiciais impediram que a Apple e o Google removessem o app das suas lojas virtuais. Mesmo com o movimento do governo, a popularidade do programa não caiu — muito pelo contrário, ela só tem crescido em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos.
Com mais de 100 milhões de usuários nos EUA, o TikTok nega a acusação. Controlado pela chinesa Byte Dance, foi o aplicativo mais baixado em 2020, superando o Facebook. No último trimestre, o bom resultado se repetiu, segundo estudo da App Annie, com a rede liderando o total de downloads e de recursos financeiros gastos pelos consumidores.
Pelo que parece, a Casa Branca adotou um tom mais moderado e colaborativo na análise do caso. Quando se trata dos aplicativos chineses, os EUA têm mostrado bastante cautela com receio de possíveis usos indevidos de dados. Se o app vai ou não ser completamente liberado na terra do Tio Sam, só o tempo dirá: o jeito é aguardar até junho.
Fonte: Canaltech