JSNEWS – Na quarta-feira, um trágico tiroteio na Escola Católica Annunciation, em Minneapolis, resultou na morte de duas crianças, de 8 e 10 anos, e feriu 14 outras crianças e três adultos idosos. O atirador, identificado pelo diretor do FBI, Kash Patel, como Robin Westman, de 23 anos, abriu fogo contra crianças que oravam na escola antes de cometer suicídio no estacionamento. Documentos revelam que Westman, registrado como homem pela polícia, havia solicitado em 2020 a mudança de seu nome de Robert para Robin, levantando especulações sobre sua identidade de gênero.
A tragédia rapidamente se tornou alvo de intensas controvérsias, com figuras ligadas ao movimento MAGA (Make America Great Again) associando o ato à identidade transgênero do atirador. Influenciadores de direita, como Matt Walsh, sugeriram que o tiroteio seria motivado por uma suposta “desesperação” da comunidade trans, que, segundo ele, estaria “perdendo” influência política e cultural. Walsh alertou que “militantes trans” estariam mais perigosos, alimentando um discurso de polarização. Da mesma forma, a deputada republicana Marjorie Taylor Greene defendeu a aprovação de seu projeto de lei, o “Protecting Children’s Innocence Act”, que tornaria crime realizar cirurgias de redesignação de gênero ou prescrever medicamentos a menores, vinculando diretamente o crime à identidade de gênero.
Today’s killing of Christian children at a church in Minneapolis occurred in the context of a surge in far-left trans propaganda encouraging Trantifa and other leftists to take up arms to kill transphobes and “fascists.”
Their targets: Christians and conservatives.
I have been… pic.twitter.com/BtwwMrG6WB
— Andy Ngo (@MrAndyNgo) August 27, 2025
Outras figuras, como Laura Loomer, conselheira do presidente Donald Trump, e Valentina Gomez, candidata republicana ao Congresso pelo Texas, intensificaram o tom, com Gomez chegando a propor que pessoas transgênero sejam classificadas como pertencentes a uma “organização terrorista“. Bo Loudon, descrito como amigo próximo de Barron Trump, também associou o crime à comunidade trans, enquanto a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, classificou Westman como um “monstro transtornado” que teria como alvo “crianças vulneráveis em sua primeira missa matinal”.
A secretária de imprensa Karoline Leavitt compartilhou uma postagem no Instagram, originalmente publicada pela revista conservadora The Conservateur, que pedia orações pelas vítimas, mas também atribuía o tiroteio a uma “força demoníaca” ligada à identidade transgênero do atirador. A postagem criticava líderes progressistas por supostamente politizarem a tragédia, enquanto reforçava a narrativa de que a violência estaria conectada a uma “corrupção mental”.
Apesar das alegações de que pessoas transgênero estariam desproporcionalmente envolvidas em tiroteios em massa, um relatório do Violence Prevention Project aponta que, entre 1999 e 2024, apenas um dos mais de 200 atiradores em massa nos Estados Unidos era transgênero — Audrey Hale, responsável por um ataque em 2023 em uma escola em Nashville.
A grande maioria dos atiradores, 192, era composta por homens. A polícia ainda não divulgou um motivo oficial para o ataque, mas vídeos atribuídos a Westman, incluindo um manifesto parcialmente escrito em russo e que elogiava atiradores anteriores, como Nikolas Cruz, do massacre de Parkland, circularam online. Mensagens como “Kill Trump”, “Israel deve cair” e “Atta” (sobrenome do líder dos ataques de 11 de setembro) foram encontradas gravadas no fuzil de Westman, intensificando as especulações sobre suas motivações.
We have confirmation that the shooter at Annunciation Catholic School in Minneapolis, MN was a 23 year-old man, claiming to be transgender.
This deranged monster targeted our most vulnerable: young children praying in their first morning Mass of the school year. This deeply sick…
— Secretary Kristi Noem (@Sec_Noem) August 27, 2025
A mãe de Westman, Mary Grace Westman, trabalhou por cinco anos na igreja ligada à escola, mas nem ela nem o pai do atirador responderam a contatos da imprensa. O caso, classificado por Patel como um crime de ódio contra católicos e ato de terrorismo doméstico, continua a gerar debates acalorados, com comentários nas redes sociais refletindo forte hostilidade contra a comunidade transgênero, incluindo pedidos para sua “institucionalização” e restrições legais.
Enquanto as investigações prosseguem, a tragédia expõe as profundas divisões ideológicas nos Estados Unidos, com narrativas conflitantes sobre as causas da violência e o papel da identidade de gênero no debate público.