JSNEWS – Nessa segunda-feira, 19, o presidente Donald Trump intensificou as especulações sobre a saúde do ex-presidente Joe Biden, acusando seus aliados de “não contarem os fatos” após o anúncio de que Biden foi diagnosticado com um câncer de próstata agressivo. Trump classificou a suposta falta de transparência como “perigosa para o país”, levantando questões sobre a gestão da saúde de Biden durante seu mandato. A controvérsia, amplificada por aliados de Trump e alimentada por um novo livro sobre o declínio de Biden, reacendeu debates sobre transparência na Casa Branca e a capacidade de liderança do ex-presidente.
No domingo, 18, o escritório de Joe Biden anunciou que ele foi diagnosticado na sexta-feira anterior com um câncer de próstata em estágio 4, com metástase nos ossos. O câncer, classificado com um escore de Gleason 9 (o que indica alta agressividade), foi descoberto após Biden relatar sintomas urinários, levando à identificação de um pequeno nódulo na próstata. Apesar da gravidade, o comunicado destacou que o câncer é sensível a terapias hormonais, permitindo um manejo eficaz, embora não seja curável.
Inicialmente, Trump expressou solidariedade, desejando a Biden uma “recuperação rápida e bem-sucedida” em uma postagem no Truth Social no domingo. No entanto, na segunda-feira, 19 de maio, durante uma coletiva no Salão Oval, ele mudou o tom, questionando por que o diagnóstico não foi revelado antes. “Estou surpreso que o público não tenha sido informado há muito tempo, porque chegar ao estágio 9 leva tempo”, disse Trump, confundindo o escore de Gleason com o estágio do câncer. Ele sugeriu, sem evidências, que a doença pode ter sido ocultada, afirmando: “Alguém não está contando os fatos. Isso é um grande problema”.
Trump também vinculou o caso às alegações de declínio cognitivo de Biden, sugerindo que o mesmo médico que declarou Biden “cognitivamente bem” pode ter escondido problemas de saúde. “Se é o mesmo médico, ele disse que não havia nada de errado. E isso está se provando uma situação triste”, afirmou. A Casa Branca, por meio da secretária de imprensa Karoline Leavitt, reiterou o apoio de Trump a Biden, mas confirmou que os dois não conversaram diretamente.
Aliados de Trump, como o vice-presidente J.D. Vance e o congressista Ronny Jackson, ex-médico da Casa Branca, reforçaram as acusações de encobrimento. Vance questionou a capacidade de Biden de governar, afirmando: “Não acho que ele estava em boa saúde. Culpo menos ele do que as pessoas ao seu redor”. Jackson, em uma postagem no X, sugeriu que o médico de Biden priorizou um “encobrimento político” em vez de cuidados médicos de qualidade, embora sem provas. Donald Trump Jr. também alimentou especulações, questionando se o diagnóstico foi escondido deliberadamente.
As acusações de Trump coincidem com a publicação do livro Original Sin: President Biden’s Decline, Its Cover-Up, and His Disastrous Choice to Run Again, de Jake Tapper e Alex Thompson, lançado em 20 de maio de 2025. O livro alega que a equipe de Biden escondeu seu declínio físico e cognitivo, incluindo dificuldades de locomoção que levaram à discussão sobre o uso de uma cadeira de rodas após a eleição de 2024. Essas revelações intensificaram as suspeitas de que a saúde de Biden, incluindo o câncer, pode ter sido ocultada.
No entanto, especialistas médicos entrevistados pela CNN e pelo The Washington Post esclareceram que o câncer de próstata em estágio avançado nem sempre é detectado precocemente, mesmo com exames regulares. O Dr. Bilal Siddiqui, do MD Anderson Cancer Center, sugeriu que Biden pode não ter sido rastreado após os 70 anos, o que seria consistente com as diretrizes da Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA, que não recomendam triagem de PSA (antígeno prostático específico) para homens acima dessa idade sem fatores de risco. O Dr. Otis Brawley, da Johns Hopkins, comparou o câncer de próstata a “tigres e leões” em sua agressividade, observando que alguns casos podem progredir rapidamente entre exames.
A controvérsia reacende debates sobre a transparência na saúde presidencial, especialmente após o último exame físico de Biden em fevereiro de 2024, que não mencionou problemas de próstata e o declarou “apto para o cargo”. Críticos conservadores, como o apresentador de rádio Hugh Hewitt, questionaram se o exame foi negligente ou se a Casa Branca mentiu. Por outro lado, a equipe de Biden nega qualquer encobrimento, e especialistas médicos reforçam que a progressão do câncer pode ser silenciosa.
Para os republicanos, as acusações podem ser uma ferramenta política para minar a credibilidade democrata em futuras eleições, sugerindo que o partido escondeu a incapacidade de Biden de governar. Para os democratas, o diagnóstico de Biden é um momento de solidariedade, mas também um lembrete das dificuldades enfrentadas na campanha de 2024, quando preocupações com sua idade e saúde levaram à sua retirada da corrida presidencial.
As acusações de Trump de que aliados de Biden esconderam seu diagnóstico de câncer carecem de evidências concretas, mas refletem o ambiente político polarizado dos EUA. Enquanto Biden enfrenta um desafio de saúde significativo, as especulações sobre transparência continuam a dominar o discurso público, alimentadas por narrativas políticas e pela mídia. Especialistas médicos enfatizam que o câncer de próstata em estágio avançado pode passar despercebido, mas a ausência de provas de um encobrimento não impede que a controvérsia persista como um ponto de tensão entre republicanos e democratas.