JCEDITORES – Em um pronunciamento feito em sua plataforma Truth Social no último dia 15 de junho, o presidente Donald Trump intensificou sua retórica contra cidades governadas por democratas, chamando seus líderes de “democratas radicais de esquerda” que são “doentes mentais” (“sick of mind”) e afirmando que “odeiam nosso país”, reforçada pelas imagens da queima de bandeiras americanas em protestos, e que estes radicais “querem destruir nossas cidades internas”.
A declaração, carregada de tom polarizador, foi acompanhada do anúncio de uma nova onda de operações de deportação em massa conduzidas pelo Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE), com foco em grandes centros urbanos como Los Angeles, Nova York e Chicago.
As afirmações de Trump vieram no contexto de sua política de imigração, que tem como meta deportar até 3.000 imigrantes indocumentados por dia, conforme indicado por Stephen Miller, conselheiro sênior da Casa Branca. O presidente acusou as administrações democratas dessas cidades de usarem “imigrantes ilegais para expandir sua base eleitoral e fraudar eleições”. Ele também criticou líderes como o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, por sua resistência às batidas do ICE, que intensificaram protestos em cidades-alvo.
No mesmo post, Trump declarou que “há algo errado” com os líderes democratas, sugerindo que a mobilização da Guarda Nacional seria necessária para conter manifestações contrárias às operações de imigração. Em Los Angeles, cerca de 2.000 membros da Guarda Nacional foram enviados para controlar protestos, uma medida que Newsom classificou como “inflamatória” e “espetacularização política”. O senador democrata Alex Padilla também enfrentou críticas do governo por questionar a legalidade das ações.
A retórica de Trump gerou forte reação. Líderes democratas e organizações de direitos civis condenaram as declarações como divisivas e perigosas. Newsom, em resposta, afirmou que as palavras do presidente representam “uma tentativa de demonizar adversários políticos e desviar o foco de políticas econômicas falhas”. Organizações como o American Immigration Council alertaram que as deportações em massa podem reduzir o PIB americano em até 6,8%, destacando o impacto econômico da saída de trabalhadores indocumentados.
Nas redes sociais, como o X, a frase “doentes de mente” foi amplamente debatida. Críticos a chamaram de “declaração de guerra contra cidades azuis”, enquanto apoiadores de Trump elogiaram sua postura de “lei e ordem”. Um usuário do X escreveu: “Trump está apenas dizendo o que muitos pensam: essas cidades estão um caos sob democratas.” Já outro rebateu: “Chamar opositores de ‘doentes’ é o tipo de discurso que divide ainda mais o país.”
As declarações de Trump reforçam sua estratégia de polarização, que marcou tanto sua campanha quanto seu segundo mandato. Ao retratar cidades democratas como focos de desordem, ele busca galvanizar sua base eleitoral, ao mesmo tempo que justifica medidas agressivas de imigração. No entanto, a mobilização da Guarda Nacional e o foco em deportações têm gerado tensões, com protestos crescendo em cidades-alvo e relatos de confrontos entre manifestantes e forças de segurança.
Especialistas apontam que a retórica de Trump pode agravar divisões políticas e sociais, especialmente em um momento de alta polarização.
As declarações de Trump e suas políticas de imigração continuam a moldar o debate político nos EUA, com consequências que vão desde tensões nas ruas até impactos econômicos significativos. À medida que as operações de deportação avançam, o país se prepara para um período de crescente confronto entre o governo federal e as administrações estaduais democratas.
— Rapid Response 47 (@RapidResponse47) June 16, 2025