Da Redação – O presidente Donald Trump declarou, na terça-feira, que imigrantes indocumentados não deveriam ter direito a julgamento antes de serem deportados, argumentando que seu governo precisa de autoridade para expulsá-los sem passar por juízes. As declarações, feitas no Despacho Oval, intensificam os ataques de Trump ao sistema judicial, que ele acusa de limitar seus poderes de deportação. Trump afirmou que países como Congo e Venezuela estão “esvaziando prisões” nos EUA, justificando a necessidade de ignorar o devido processo constitucional para agilizar deportações.
“Espero que os tribunais cooperem, porque temos milhares de pessoas prontas para sair, e não dá para fazer um julgamento para cada uma”, disse Trump, alegando que o sistema não foi projetado para isso. Ele descreveu os deportados como “pessoas muito más”, incluindo assassinos, traficantes e doentes mentais, e insistiu que juízes não deveriam bloquear deportações com exigências de julgamentos, que, segundo ele, podem durar anos. Em uma postagem nas redes sociais na segunda-feira, Trump reforçou: “Não podemos dar um julgamento a todos, isso levaria, sem exagero, 200 anos.”
As declarações provocaram reações imediatas. O congressista democrata Jonathan L. Jackson criticou Trump nas redes, chamando-o de “ditador” e defendendo que o devido processo não é opcional. “Isso é Estados Unidos, não uma república bananeira”, escreveu. A polêmica se acirrou após a Corte Suprema bloquear, no sábado, a deportação de venezuelanos acusados de pertencerem à gangue Tren de Aragua, com base na Lei de Enemigos Extranjeros, invocada por Trump. Essa lei, de 1798, raramente usada, foi aplicada apenas em tempos de guerra e exige que os acusados possam contestar sua expulsão.