
Medford, 29 de Setembro de 2025
Em um fim de semana marcado por luto e indignação, o presidente Donald Trump reacendeu o debate sobre a violência contra cristãos nos Estados Unidos ao condenar o tiroteio na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em Grand Blanc, como “mais um ataque direcionado a cristãos”. A declaração, postada em sua rede social Truth Social no domingo, veio horas após o ex-militar Thomas Jacob Sanford invadir o culto dominical, abrir fogo e incendiar o prédio, deixando quatro mortos e oito feridos. “Isso parece ser mais um ataque direcionado a cristãos nos Estados Unidos da América. A administração Trump manterá o público informado, como sempre fazemos. Enquanto isso, ORE pelas vítimas e suas famílias. ESSA EPIDEMIA DE VIOLÊNCIA EM NOSSO PAÍS DEVE TERMINAR, IMEDIATAMENTE!”, escreveu Trump, ligando o incidente a um suposto padrão de ódio religioso.
O ataque em Grand Blanc não ocorre isolado. Menos de três semanas antes, em 10 de setembro, o ativista conservador e cristão evangélico Charlie Kirk, de 31 anos, foi assassinado a tiros durante um evento da Turning Point USA na Utah Valley University, em Orem, Utah. Kirk, um aliado próximo de Trump e fundador da organização que mobiliza jovens conservadores, foi atingido por um disparo de sniper enquanto debatia temas religiosos – ironicamente, sobre o mormonismo versus o cristianismo evangélico – diante de 3.000 pessoas. O suspeito, identificado como um atirador de longa distância que fugiu do local, foi preso 33 horas depois, mas o motivo permanece sob investigação do FBI como “assassinato político”.
Trump, que descreveu Kirk como “o Grande e até Lendário Charlie Kirk” em uma postagem de condolências, vê nesses eventos um fio comum: o silenciamento forçado de vozes cristãs que desafiam o “discurso hegemônico progressista”. “Ninguém entendia ou tinha o Coração da Juventude nos Estados Unidos da América melhor que Charlie. Ele era amado e admirado por TODOS, especialmente por mim”, escreveu o presidente, ecoando sua retórica sobre uma “epidemia de violência” que agora inclui não só igrejas, mas também palcos públicos de ativistas cristãos.
Por Que Locais Religiosos? Simbolismo, Vulnerabilidade e Aglomeração como Alvos Perfeitos
A análise de padrões em tiroteios em massa revela por que locais religiosos, como a igreja mórmon em Grand Blanc, se tornaram preferências para atiradores: uma combinação letal de simbolismo, vulnerabilidade e aglomeração. Diferentemente de escolas – onde as motivações são frequentemente pessoais, ligadas a alunos ou ex-alunos com rancores internos, como bullying ou isolamento social –, igrejas atraem perpetradores com agendas ideológicas ou rancores amplos. O culto lotado em Grand Blanc, com centenas de fiéis incluindo famílias e crianças, maximizou o impacto: Sanford colidiu um veículo na entrada, atirou em pelo menos 10 pessoas e usou acelerante para incendiar o prédio, sugerindo premeditação além de mera oportunidade.
O simbolismo é chave. Igrejas representam pilares de fé cristã em um clima de crescente ódio religioso: o FBI registrou um aumento de 20% em crimes de ódio contra cristãos em 2024-2025, impulsionado por polarização política e retórica anti-religiosa online. Mórmons, historicamente perseguidos nos EUA por sua teologia distinta, são vistos por alguns como “outsiders” no cristianismo tradicional – um preconceito que Trump explorou ao incluir o incidente em sua narrativa de “ataques a cristãos”. A vulnerabilidade agrava o risco: muitas igrejas suburbanas, como a de Grand Blanc, carecem de guardas armados ou detectores de metal, ao contrário de escolas pós-Columbine, que adotaram protocolos rigorosos de lockdown.
Sanford, um veterano dos Marines de 36 anos sem laços aparentes com a igreja, exemplifica o perfil: ex-militares com possível estresse pós-traumático ou radicalização online, motivados por ideologias amplas como anti-religião ou teorias conspiratórias. “Como ex-militar, ele pode ter sido impulsionado por um evento desencadeador ainda desconhecido”, especula um analista do FBI, ecoando casos como o tiroteio em Sutherland Springs (2017), onde o atirador tinha rancor anti-religioso. Escolas, por outro lado, atraem atiradores mais jovens com conexões diretas – 60% dos incidentes envolvem alunos ou ex-alunos, segundo o Gun Violence Archive –, tornando igrejas alvos para “lobos solitários” ideológicos.
O Caso Charlie Kirk: De Microfone Cortado a Tiro Fatal, o Silenciamento de Vozes Cristãs
O assassinato de Kirk amplifica essa narrativa de Trump. Apenas semanas antes de sua morte, em 20 de agosto de 2025, Kirk teve o microfone desligado durante um evento no campus da Penn State University, parte de sua turnê “You’re Being Brainwashed”. Diante de uma plateia de centenas, a administração universitária cortou o áudio alegando violação de políticas de amplificação sonora, silenciando o ativista cristão que criticava o “progressismo hegemônico” em universidades. Protestos de dezenas de estudantes de esquerda cercaram o local, mas Kirk continuou com um megafone, assinando autógrafos até os manifestantes dispersarem.
Kirk, um evangélico fervoroso que debatia abertamente temas como o “declínio moral” e a “perseguição a cristãos conservadores”, ousava desafiar o que chamava de “discurso hegemônico progressista”. Seu evento final em Utah, debatendo religião com plateia mórmon, foi interrompido por um tiro de sniper de um telhado próximo – um eco mortal do silenciamento em Penn State. “Eu vi um esquerdista MATAR Charlie Kirk e vi eles CELEBRAR”, relatou Jack Posobiec, colunista conservador, em entrevista, descrevendo o aplauso ensurdecedor que precedeu o disparo.
Celebrações da Morte: Políticos, Artistas e Influenciadores que Chamam o Bem de Mal e o Mal de Bem

O que motivou a especulação de Trump sobre uma “epidemia” não é só o tiroteio em si, mas a reação subsequente: seguidas celebrações da morte de Kirk por políticos de diversas nacionalidades, artistas e influenciadores digitais. Em um momento em que cristãos como Kirk – que levantavam a voz contra o que viam como inversão moral, chamando o “bem de mal e o mal de bem” (Isaías 5:20) – estão na mira, posts nas redes sociais revelam uma divisão profunda. Dezenas de mensagens celebrando o assassinato foram expostas por ativistas conservadores.
O vice-presidente JD Vance urgiu: “Denunciem à empregadores quem celebra o tiroteio de Kirk” – uma chamada que resultou em investigações internas e suspensões.
Artistas e influenciadores de esquerda, como o comediante Hasan Piker, expressaram “ansiedade” pela retaliação, mas posts iniciais de contas anônimas celebraram o “fim de um fascista”. Políticos internacionais, incluindo um deputado britânico de esquerda que tweetou “justiça poética”, e celebridades como Stephen King, que ligou o incidente à falta de controle de armas sem condenar o ódio, alimentaram o debate. No X (antigo Twitter), reações como “Democratas REJEITAM orações por Charlie Kirk enquanto momento de silêncio vira gritaria” viralizaram, com mais de 17 mil curtidas em um post de Paul Szypula.
Até mesmo em fóruns globais, como Euronews, a divisão foi notada: de condolências bipartidárias a “piadas sombrias” e comparações nazistas.
Essas celebrações, segundo analistas conservadores, invertem valores: “Eles chamam o bem de mal e o mal de bem”, ecoando a crítica bíblica de Kirk. Grupos universitários republicanos, como os de Boston University e Arizona State, relataram alunos conservadores sendo “rebaixados em notas” e forçados a “assistir colegas celebrarem a morte”, transformando o luto em “levante estudantil”.
Um Chamado à Ação em Tempos de Polarização
A declaração de Trump não é mera retórica: em um 2025 com 324 tiroteios em massa, o FBI alerta para o “aumento de narrativas de ódio” contra instituições religiosas e ativistas. O memorial de Kirk, em 21 de setembro, misturou hinos cristãos com discursos políticos de Trump, atraindo 100 mil pessoas e prometendo relançar sua turnê com sua viúva, Erika, e governadores republicanos.
Democratas, cautelosos, condenaram a violência mas evitaram endossar o tom de “guerra cultural”.Enquanto o FBI investiga tanto Grand Blanc quanto Orem como “violência direcionada”, a pergunta persiste: esses incidentes são isolados ou parte de uma caçada a cristãos “ousados”? Trump aposta no segundo, urgiendo orações e ação. Para vítimas como as de Grand Blanc e o legado de Kirk, o silêncio não é mais opção – sua voz, como dizem apoiadores, “ficou mais alta”.
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