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Em uma escalada das tensões entre a administração federal e autoridades locais democratas, o presidente Donald Trump declarou nesta quarta-feira que o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, e o governador de Illinois, JB Pritzker, “deveriam estar na prisão” por supostamente falharem em proteger agentes da Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) durante operações de deportação na região. A declaração, postada na rede social Truth Social do presidente, ocorre em meio a protestos violentos e ações judiciais que destacam o conflito entre políticas de imigração federal e as designações de “cidades santuário” em Illinois.“Chicago Mayor should be in jail for failing to protect Ice Officers! Governor Pritzker also!”, escreveu Trump em sua postagem matinal, sem apresentar evidências específicas de negligência criminal.
A retórica reflete uma série de confrontos recentes em Chicago, onde agentes federais enfrentaram resistência de manifestantes durante a “Operação Midway Blitz”, uma iniciativa lançada em setembro pela administração Trump para deportar imigrantes indocumentados com histórico criminal. Até o momento, a operação resultou em mais de 1.000 prisões em Illinois, focando em indivíduos acusados de crimes graves como tráfico de drogas e violência de gangues.
A operação federal em Chicago faz parte de uma estratégia mais ampla para reforçar a aplicação de leis de imigração em cidades que limitam a cooperação com o ICE. Autoridades federais relataram incidentes de violência contra agentes, incluindo uma tentativa de atropelamento em que um oficial foi arrastado por um veículo, resultando em ferimentos graves. Em resposta, o Pentágono autorizou o envio de 200 guardas nacionais do Texas para proteger instalações federais por 60 dias, uma medida que o governador Pritzker descreveu como uma “invasão militar desnecessária”.
Protestos intensos eclodiram fora de um centro de processamento de imigrantes em Broadview, subúrbio de Chicago, onde pelo menos 13 manifestantes foram presos na sexta-feira passada após confrontos que envolveram gás lacrimogêneo e bloqueios de veículos federais. Um incidente notável incluiu o tiroteio de uma mulher durante uma operação, o que inflamou as manifestações e levou a acusações de uso excessivo de força por parte dos agentes. Em reação direta, o prefeito Johnson assinou uma ordem executiva na segunda-feira criando “Zonas Livres de ICE” em propriedades municipais, proibindo agentes federais de usá-las sem mandados.
O governador Pritzker, por sua vez, entrou com uma ação judicial contra a administração Trump para bloquear o deployment de tropas da Guarda Nacional, argumentando que a medida viola a soberania estadual e carece de justificativa legal. “Não há necessidade de tropas militares nas ruas de Illinois”, afirmou Pritzker em uma coletiva de imprensa, chamando a operação de “truque político” destinado a semear medo entre comunidades imigrantes.
Legalmente, o caso de Illinois contra o deployment de tropas avança nos tribunais federais, com audiências marcadas para a próxima semana. Trump mencionou a possibilidade de invocar a Lei de Insurreição para contornar obstruções locais, uma medida que ele já considerou em cidades como Portland e Los Angeles. Analistas observam que tais ações poderiam aprofundar divisões partidárias, especialmente em um estado como Illinois, onde democratas controlam o governo estadual e municipal.
Enquanto Chicago se prepara para uma presença federal ampliada – incluindo drones e helicópteros Black Hawk reportados em blitz (Raids)–, a cidade permanece dividida. Moradores e ativistas planejam mais protestos, enquanto defensores da aplicação rigorosa de leis de imigração argumentam que as políticas de santuário incentivam o crime. Com mais de 300 guardas nacionais potencialmente federalizados, o impasse destaca tensões nacionais sobre imigração, segurança pública e equilíbrio de poderes entre Washington e os estados. Essa situação continua em evolução, com atualizações esperadas conforme os tribunais se pronunciam.