Washington – 11 de dezembro de 2025
O presidente Donald Trump deu ontem (10) o pontapé inicial oficial no polêmico programa “Trump Gold Card”, que permite a estrangeiros ricos comprarem residência permanente nos Estados Unidos por US$ 1 milhão – com uma versão “Trump Platinum Card” de US$ 5 milhões anunciada como “em breve”.
“Um caminho direto para a Cidadania para todas as pessoas qualificadas e devidamente investigadas. MUITO EMPOLGANTE! Nossas Grandes Empresas Americanas finalmente poderão manter seus Talentos inestimáveis”, escreveu Trump em suas redes sociais na quarta-feira.
A ideia, no entanto, não é nova. O presidente já havia falado publicamente sobre o plano em 25 de fevereiro de 2025, quando sugeriu substituir o tradicional programa de vistos para investidores EB-5 por um novo “Gold Card” – na época, o valor ventilado era de US$ 5 milhões.Sete meses depois, em 19 de setembro de 2025, Trump assinou a ordem executiva que criou formalmente o programa, reduzindo o preço para US$ 1 milhão (indivíduos) e US$ 2 milhões (empresas patrocinadoras) e estabelecendo as regras atuais.
O lançamento efetivo, com a abertura do site oficial trumpcard.gov e o início da aceitação de pedidos, só aconteceu ontem, 10 de dezembro de 2025, marcando o momento em que estrangeiros ricos passaram a poder, de fato, solicitar o visto dourado.
Pelas regras divulgadas:
- Taxa de processamento: US$ 15 mil ao Departamento de Segurança Interna (DHS)
- Valor do visto individual: US$ 1 milhão
- Valor para empresas que patrocinam funcionários: US$ 2 milhões
- Taxa anual de manutenção: 1% (US$ 20 mil)
- Taxa de transferência entre funcionários: 5% (US$ 100 mil por troca)
A versão “Trump Platinum Card” (US$ 5 milhões), que permitirá passar até 270 dias por ano nos EUA sem pagar impostos americanos sobre renda estrangeira, será lançada nas próximas semanas. Trump afirma que a arrecadação irá para “uma conta onde poderemos fazer coisas positivas para o país” e que o programa gerará “muitos bilhões de dólares”.
O lançamento ocorre em meio à maior operação de deportação em massa da história americana, o que tem intensificado as críticas de que o governo vende cidadania aos mais ricos enquanto expulsa milhões de trabalhadores pobres – uma inversão da imagem clássica dos EUA como refúgio para “os cansados, os pobres, as massas que anseiam respirar livremente”.
A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, defendeu a medida no X: “Sob esta iniciativa histórica, indivíduos e corporações qualificadas que contribuírem respectivamente com US$ 1 milhão e US$ 2 milhões receberão green cards EB-1 ou EB-2 acelerados após rigorosamente verificados.”
Até a manhã desta quinta-feira, 11, o site trumpcard.gov já registrava milhares de consultas preliminares, com forte interesse de empresários da China, Índia, Rússia, Arábia Saudita e até de cidadãos americanos que buscam trazer familiares ou sócios estrangeiros.


