Jehozadak Pereira
‘Aurora da Minha Vida’ traz um pouco – ou muito – de cada um de nós, em uma etapa importante das nossas vidas que é o período escolar. Quem foi assistir certamente retrocedeu alguns anos ou décadas e como se olhasse num espelho – ou seria um filme – e pudesse reencontrar alguns personagens que a despeito do tempo estão ainda vivos e presentes no nosso cotidiano.
O ‘Crente’; a ‘Gorda’; a irritante sabe-tudo ’Adiantada’; o ingênuo ‘Bobo’; o adoentado ‘Quieto’; o espertíssimo bajulador ‘Puxa Saco’ e as implicantes e replicantes ‘Gêmeas’ intrometendo-se em todas as situações formam o corpo discente da hipotética escola.
No corpo docente estão o diretor patriota; a freira; os professores de inglês, geografia e de português, além da mãe das gêmeas que é o estereótipo de todas as genitoras. As rezingas constantes eram meramente circunscritas ao ambiente da sala de aula e na hora do intervalo o importante era divertir-se.
As implicâncias jamais extrapolavam estas delimitações. Edel Holz mais uma vez dirigiu um grupo heterogêneo com o qual nos encontramos no cotidiano da comunidade brasileira em Massachusetts, e tirou de cada um o melhor que poderiam dar em interpretações convincentes e que emocionaram a todos os que optaram em ir ao Arts at the Armory em Somerville prestigiar o que temos de melhor e termos de arte e cultura.
Pena mesmo é que não podemos evitar e retardar a aurora das nossas vidas e que ‘Aurora da Minha Vida’, tenha tido uma única apresentação, pois deveria ter uma carreira longa para emocionar a tantos outros. Fernando Araujo, Juliane Calbo, Juliane Farias, Zé Pereira, Lais Ribeiro, Paula Menegazo, Ronald Batista, Simoneide Almeida, Sheylla Kennedy e Valter Américo deram vida aos personagens que mostraram que a aurora das nossas vidas é inevitável e que venha o próximo espetáculo de Edel e sua troupe. A trilha sonora fi cou por conta se Sophia Holz.