ESTADO – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está sendo duramente criticado por aliados e adversários por sua política migratória e pelas deportações em massa de haitianos que tentam chegar ao país pela fronteira com o México.
Biden adotou os principais objetivos de política progressista na questão imigratória, mas seu governo foi forçado a enfrentar um número excepcionalmente alto de imigrantes que tentam entrar no país pela fronteira, e a resposta deixou críticos e aliados insatisfeitos. Grande parte da raiva está centrada no secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.
Congressistas conservadores acusam o governo de não conseguir evitar outra crise na fronteira e as imagens angustiantes de um enorme campo de haitianos em Del Rio, no Texas, corroboram esta ideia. Ao mesmo tempo, ativistas de direitos humanos condenam imagens de agentes da fronteira dos EUA, montados a cavalo, caçando os imigrantes quase como se estivessem tangendo gado.
Apenas 35% dos americanos aprovam a forma como Biden está lidando com a imigração, ante 43% em abril, quando o tema já era um dos piores problemas de Biden, de acordo com uma pesquisa da Associated Press e do Norc Center for Public Affairs Research.
Alguns dos maiores apoiadores de Biden no Capitólio já expressaram indignação com a contínua dependência do governo do Título 42 do Código Sanitário americano, regra que permite ao governo proibir a entrada nos EUA quando as autoridades sanitárias constatarem que há “um sério perigo de uma nova doença ser introduzida” no país.
Adotada por Donald Trump, ela continua sendo usada para expulsar rapidamente os imigrantes.
A recusa do governo em suspender o Título 42 junto com a falta de progresso no Congresso de um projeto de lei de imigração apresentado por Biden fez com que seus apoiadores alertassem sobre um retorno às políticas pesadas de fiscalização do presidente Barack Obama. “As políticas que eles buscam são muito diferentes das que prometeram”, disse Todd Schulte, presidente da FWD.us, grupo de defesa da imigração.
O governo Obama, em seus primeiros anos, aumentou drasticamente o número de deportados na esperança de mostrar aos republicanos que havia intensificado a fiscalização enquanto tentava obter apoio para o seu próprio pacote de imigração no Congresso. Durante seu governo, as autoridades expulsaram 3 milhões de pessoas. (Com agências internacionais).