Da Redação – A União Europeia (UE) intensificou nesta segunda-feira (25) a pressão sobre a farmacêutica AstraZeneca, que desenvolveu uma vacina contra a covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford e anunciou que inicialmente entregará menos doses do que as combinadas com a Comissão Europeia.
A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, conversou por telefone com o diretor executivo da empresa, Pascal Soriot, ao qual “lembrou que a UE investiu quantias significativas na companhia” enquanto a vacina era desenvolvida “justamente” para garantir a produção.
Em entrevista coletiva, o porta-voz-chefe da Comissão, Eric Mamer, informou que Von der Leyen pressionou a AstraZeneca a “explorar todas as flexibilidades possíveis” para cumprir as entregas combinadas no contrato com prazos e doses “específicos”.
Nesta tarde, representantes da Comissão Europeia e dos Estados-membros da UE se reunirão com o presidente da farmacêutica para “reavaliar” a situação, acrescentrou o porta-voz da Saúde do governo do bloco, Stefan de Keersmaecker.
O laboratório, cuja vacina ainda não foi aprovada pela Comissão Europeia, que espera a análise da Agência Europeia de Medicamentos prevista para 29 de janeiro, anunciou na sexta-feira passada que haverá um atraso na entrega das 300 milhões de doses, mais 100 milhões adicionais, combinadas com a Comissão para fornecer aos Estados-membros da UE.
“A empresa deveria começar a produzir antes de receber a autorização” para poder entregar os imunizantes logo depois da permissão para distribuí-los na UE, disse o porta-voz da Comissão, que lembrou que o contrato foi assinado em agosto do ano passado.
O governo da Itália anunciou que levará a farmacêutica à justiça por descumprir os contratos, como já fez com Pfizer e BioNTech, que também tiveram problemas para entregar as doses combinadas.
A Itália calcula que receberá 3,4 milhões de doses, em vez das 8 milhões previstas para o primeiro trimestre, mas a Comissão Europeia não atualizou dados sobre as doses que faltam nem os motivos dos problemas do laboratório.
“Não é o momento de entrar em discussões judiciais, mas de discutirmos com a empresa e os Estados-membros” sobre como solucionar o problema das entregas, declarou De Keersmaecker.