JCEditores – Desde sua criação em 1961, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) tem sido vendida como um ícone de generosidade americana, supostamente dedicada a aliviar a pobreza e promover o progresso global. Seus defensores a celebram como um farol humanitário, mas essa narrativa não resiste a um exame crítico.
Ao longo de décadas — da guerra fria dos ano 1960/70 ao governo Bush na “Guerra ao Terror” e ao de Obama com seu “soft power”, até as ações recentes no Brasil sob Biden —, a USAID revela-se uma máscara para operações controversas, frequentemente em conluio com a CIA, que servem a interesses políticos diversos. Longe de ser um agente de bondade, a agência é um instrumento de dominação, e sua extinção é a única resposta sensata a essa hipocrisia institucionalizada.
Um Histórico de Duplicidade: Da Guerra Fria à Guerra ao Terror
O passado da USAID é um catálogo de manipulações disfarçadas de ajuda. Na Guerra Fria, financiou ditaduras como a de Mobutu no Congo e a militar no Brasil pós-1964, onde colaborou com a CIA para treinar forças repressivas e fortalecer regimes alinhados contra o comunismo. Esse padrão evoluiu sob George W. Bush (2001-2009), quando a “Guerra ao Terror” redirecionou a agência para a segurança nacional.
No Afeganistão e no Iraque, a USAID despejou bilhões em projetos de reconstrução — como estradas e escolas —, mas esses esforços serviam menos às populações locais e mais à estabilização de governos fantoches favoráveis aos EUA. Relatórios do Inspetor Geral Especial para a Reconstrução do Afeganistão (SIGAR) mostram que milhões foram desperdiçados ou desviados, enquanto a CIA usava os programas da USAID como cobertura para operações de inteligência, como o monitoramento de grupos insurgentes. No Paquistão, a agência financiou campanhas de vacinação que, segundo denúncias de 2011, seriam para localizar Osama bin Laden — uma colaboração com a CIA que custou a credibilidade da ajuda humanitária na região.
A Era Obama: Soft Power com Propósitos Ocultos
Com Barack Obama (2009-2017), a USAID adotou uma fachada de “soft power”, focando em saúde global e democracia, mas sem abandonar sua essência política. O projeto “ZunZuneo” em Cuba, financiado pela agência para criar uma rede social que incitasse dissidência, foi implementado com apoio da CIA, que explorou os dados coletados para fins de espionagem.
Revelado em 2014 pela Associated Press, o caso expôs como a retórica de desenvolvimento encobria tentativas de subversão. Na África, programas de saúde como o PEPFAR (para HIV) receberam bilhões, mas também serviram para contrapor a influência chinesa, enquanto a CIA monitorava movimentos regionais sob o disfarce da assistência. A ajuda humanitária, nesse contexto, era um cavalo de Troia para interesses estratégicos americanos.
No Brasil de Biden: Ambientalismo e Censura
Sob Joe Biden (2021-2025), a USAID no Brasil continuou essa tradição de duplicidade. O financiamento de grupos de “combate à desinformação” em torno das eleições de 2022. A agência transferiu recursos diversas organizações que exercem pressão contra empresas que patrocinam artistas e influencers que emitem opiniões não alinhadas com determinadas correntes politicas predominantes a fim de silencia-las.
Oficialmente, o objetivo era proteger a democracia; na prática, esses projetos foram acusados de censurar vozes conservadoras, beneficiando a esquerda alinhada aos interesses progressistas de Biden. Suspeitas, levantadas por figuras como Eduardo Bolsonaro e Mike Benz, sugerem que a CIA colaborou, usando a USAID como canal para operações de influência que moldaram o debate público brasileiro.
Interesse Pessoal
Os defensores da USAID — de burocratas a ONGs agraciadas com seus recursos — insistem dizer que a agencia é necessária, apontando o apoio à Ucrânia ou os projetos de saúde africanos. Mas esses exemplos apenas confirmam a crítica: sob Bush, a ajuda era um apêndice da guerra; sob Obama, um disfarce para influência; sob Biden, uma arma contra adversários ideológicos. A presença da CIA, seja no Paquistão, em Cuba ou potencialmente no Brasil, desmascara a narrativa humanitária. Quem a defende frequentemente o faz por interesse próprio — dependência financeira ou posições de prestígio — ou por uma cegueira política que ignora sua cumplicidade com a inteligência americana.
A Extinção Seria a Única Solução?
A USAID é irreformável; sua essência é servir às agendas do momento — segurança sob Bush, influência sob Obama, progressismo sob Biden —, muitas vezes como um canal para as operações clandestinas da CIA. No Brasil, suas ações recentes mostram que a ajuda é um pretexto para avançar interesses políticos e estratégicos, comprometendo a soberania nacional. Cada dólar “humanitário” carrega o peso de uma interferência velada, seja por meio de pressões ambientais ou manipulações eleitorais.
Eliminar a USAID não é rejeitar o desenvolvimento, mas desmantelar uma estrutura que usa a caridade como arma de dominação. Mecanismos multilaterais, transparentes e livres da influência da CIA, poderiam assumir a assistência sem os riscos de ingerência. Enquanto persistir, a USAID será uma fachada para operações controversas, e sua extinção é o único meio de romper esse ciclo de falsidade. Os que a defendem, presos a interesses mesquinhos ou ilusões políticas, apenas perpetuam um sistema que, sob a sombra da CIA, subverte a solidariedade em nome de ambições de poder.