DW (Deutsche Welle) – Companhias aéreas como a Air France, Lufthansax, KLM, Finnair e Singapore Airlines, decidiram deixar de sobrevoar o espaço aéreo bielorrusso, depois de o Governo daquele país ter desviado para Minsk um avião comercial da irlandesa Ryanair para prender um opositor.
Em comunicado, a Air France indicou que, com base na decisão tomada pelos líderes da União Europeia (UE) na noite de segunda-feira (24.05), “suspende até novo aviso o sobrevoo do espaço aéreo bielorrusso pelas das suas aeronaves”.
A companhia aérea diz ainda que acompanha permanentemente a situação geopolítica dos territórios para os quais as suas aeronaves voam ou sobrevoam e “faz cumprir estritamente os regulamentos”.
Pouco depois deste anúncio, a holandesa KLM e a finlandesa Finnair também indicaram que as suas aeronaves evitarão o espaço aéreo da Bielorrússia. A companhia aérea alemã Lufthansa disse igualmente na noite passada que suspenderá temporariamente os voos que passam pela Bielorrússia até nova ordem, tal como a escandinava SAS e a letã airBaltic.
Hoje, também a Ucrânia anunciou a suspensão de todos os voos de e para a Bielorrússia, encerrando o espaço aéreo do país vizinho para as suas companhias aéreas. A Lituânia anunciou também que vai proibir voos, de ou para o seu território, que cruzem o espaço aéreo bielorrusso.
Sanções contra regime de Lukashenko
Reunidos em Bruxelas na segunda-feira, os líderes europeus pediram às companhias aéreas europeias que evitem o espaço aéreo bielorrusso, enquanto banem as transportadoras da Bielorrússia na Europa. Exigiram ainda mais sanções contra o regime de Lukashenko.
Nessa tomada de posição, os 27 pediram ainda uma “investigação urgente” à Organização da Aviação Civil Internacional ao incidente, bem como a “libertação imediata” do jornalista e ativista Roman Protasevich e da sua namorada, Sofia Sapéga, também detida no domingo (23.05) no mesmo voo.
Vários países e organizações internacionais condenaram a ação das autoridades bielorrussas, que alegaram ter agido dentro da legalidade ao interceptar o voo comercial da Ryanair.
O ativista foi detido pelas autoridades bielorrussas, quando os cerca de 120 passageiros do avião da Ryanair foram forçados a submeter-se a novo controlo em Minsk, devido a um suposto aviso de bomba.
Roman Protasevich foi diretor dos canais Telegram Nexta e Nexta Live, que se tornaram as principais fontes de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020 na Bielorrússia.