Olá, meus caros leitores, na semana passada, discuti o desânimo como um vírus insidioso que pode comprometer nossa saúde emocional. Hoje, darei continuidade a esse tema, oferecendo estratégias para evitar e tratar esse mal tão preocupante. Vou explorar abordagens embasadas em teorias psicológicas e autores renomados, visando proporcionar uma compreensão mais profunda do desânimo e como superá-lo. Como forma de facilitar a compreensão farei a escrita em tópicos.
1) O Desânimo na visão da psicologia A psicologia de¬ ne o desânimo como um estado de falta de ânimo, motivação ou esperança, caracterizado por uma sensação de desesperança e baixa autoestima. Ele pode surgir de diversas fontes, como estresse excessivo, perda de motivação, sentimentos de inadequação e experiências traumáticas. Autores como Albert Bandura, com sua teoria da autoeficácia, e Martin Seligman, com a teoria da aprendizagem da indefensão, destacam a importância da percepção de controle sobre nossa vida e a maneira como interpretamos os eventos.
Bandura argumenta que a crença em nossa capacidade de alcançar objetivos (autoeficácia) influencia diretamente nossa motivação e perseverança diante de desafios. Seligman, por sua vez, ressalta como a percepção de falta de controle sobre os eventos pode levar à aprendizagem da indefensão, um estado de resignação diante das adversidades.
2) A Importância da Espiritualidade e da Fé Além da psicologia, a espiritualidade e a fé desempenham um papel significativo na saúde emocional de muitas pessoas. Estudos mostram que a prática religiosa e espiritual está associada a melhores resultados de saúde mental, incluindo menores níveis de depressão e ansiedade. A fé pode oferecer conforto, esperança e uma sensação de significado em momentos de desânimo. Autores como Viktor Frankl, com sua teoria da logoterapia, enfatizam a importância de encontrar um propósito ou sentido na vida, mesmo diante das adversidades. A fé pode fornecer esse sentido transcendente, ajudando as pessoas a encontrarem força e resiliência para enfrentar os desa¬ os. Portanto a Fé pode desempenhar um papel crucial na superação do desânimo. Para muitas pessoas, a crença em algo maior, seja ela religiosa ou espiritual, oferece conforto, esperança e uma sensação de propósito. A fé pode fornecer um sistema de suporte emocional e uma fonte de força durante momentos difíceis, ajudando indivíduos a encontrarem significado mesmo nas adversidades.
3) Estratégias para Vencer o Desânimo Pratique a Visualização Criativa: A visualização criativa envolve imaginar vividamente alcançar seus objetivos e superar os obstáculos. Essa técnica, apoiada pela psicologia cognitiva, pode ajudar a fortalecer a crença em suas habilidades e aumentar sua motivação para agir em direção aos seus sonhos.
Desafie Pensamentos Negativos: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) sugere que nossos pensamentos influenciam diretamente nossas emoções e comportamentos. Ao identificar e desafiar pensamentos negativos ou distorcidos, podemos modificar nossa percepção da realidade e cultivar uma mentalidade mais positiva. Pratique a Resiliência: A resiliência é a capacidade de se adaptar e se recuperar de adversidades. Cultivar a resiliência envolve desenvolver habilidades de enfrentamentos eficazes, buscar apoio social e aprender com experiências passadas de superação.
Pratique a autocompaixão: Kristin Ne, pioneira no estudo da autocompaixão, defende a importância de tratarmos a nós mesmos com gentileza e compreensão, especialmente nos momentos de desânimo. Ao invés de nos criticarmos severamente, devemos cultivar uma atitude compassiva em relação a nossas próprias lutas.
Estabeleça Metas Realistas: De acordo com a teoria do estabelecimento de metas de Edwin Locke e Gary Latham, metas desafiadoras, porém realistas, podem aumentar nossa motivação e senso de realização. Divida suas metas em etapas menores e comemore cada progresso alcançado. Pratique a Gratidão: Estudos mostram que a prática da gratidão está associada a níveis mais baixos de depressão e maior bem-estar emocional.
Dedique um tempo diário para refletir sobre as coisas pelas quais é grato, mesmo nas situações mais desafiadoras. Cultive Relacionamentos Positivos: A teoria do apego de John Bowlby destaca a importância dos relacionamentos interpessoais para nossa saúde emocional. Busque conexões significativas com amigos e familiares que ofereçam apoio e compreensão.
De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; 2 Coríntios 4:8
Até a próxima semana.
Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnews.com