FSP – Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara e filiado ao PL, fez críticas a Jair Bolsonaro (sem partido) após um fim de semana conturbado entre o presidente e a legenda – a qual Bolsonaro pretendia se filiar no próximo dia 22.
Em entrevista ao Uol, Marcelo Ramos afirmou que o desentendimento entre PL e Bolsonaro é decorrente da corrida para o governo do estado de São Paulo. Enquanto a legenda se comprometeu a apoiar a candidatura de Rodrigo Garcia (PSDB), vice de João Doria (PSDB).
Bolsonaro não aceitaria “dividir palanque” com Doria em São Paulo, que pode ser um opositor na campanha eleitoral para presidente. Ramos acusou Bolsonaro de não ser leal.
“Bolsonaro não é leal nem aos seus mais leais aliados, não seria diferente com o PL”, afirmou o vice-presidente da Câmara dos Deputados ao Uol. Marcelo Ramos alegou que Bolsonaro já sabia da aliança entre PL e PSDB em São Paulo, mas só se utilizou do argumento agora. “Bolsonaro não tem compromisso com nada, nem com sua própria palavra.”
Questionado se deixaria o partido com a entrada de Jair Bolsonaro, Ramos disse que quer “esperar os acontecimentos”, mas gostaria de permanecer no PL.
Troca de mensagens
Uma nota oficial do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, provocou surpresa na manhã deste domingo (14/11), ao anunciar que o evento de filiação do presidente Jair Bolsonaro, marcado para o próximo dia 22, estava desmarcado.
O cancelamento foi decidido em “comum acordo” entre membros do partido e o presidente Jair Bolsonaro, “após intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo”.
A “intensa troca de mensagens”, segundo o portal O Antagonista, teve troca de insultos entre Costa Neto e Bolsonaro, incluindo um “VTNC você e seus filhos” escrito pelo líder do PL ao presidente da República.
Tudo teria começado após discussão sobre o diretório do partido em São Paulo, que Bolsonaro queria deixar sob comando do deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho 03.
A conversa teria baixado de nível assim que Costa Neto afirmou que o plano de Bolsonaro não seria atendido. “Você pode ser presidente da República, mas quem manda no PL sou eu”, teria escrito o presidente do PL.
O presidente teria ficado enfurecido, atirado um dos mais comuns xingamentos ao futuro-quase-ex-correligionário e recebido de volta “gentileza” semelhante.