JSNEWS – Cynthia Gonzalez, vice-prefeita da cidade de Cudahy, nos subúrbio de Los Angeles na California, provocou uma onda de críticas ao postar um vídeo no final de junho de 2025, convocando gangues como a 18th Street e a Florencia 13 a se organizarem contra operações do ICE (U.S. Immigration and Customs Enforcement). O vídeo, deletado após a controvérsia, está sob investigação do FBI, com fontes da Fox News apontando que Gonzalez teria dito: “Quero saber onde estão todos os cholos. 18th Street, Florencia. Onde está a liderança?”.
Embora ela alegue que o chamado era “satírico” e voltado a protestos pacíficos, críticos, incluindo o DHS e a Liga de Proteção Policial de Los Angeles, classificaram suas palavras como incitação à violência, exigindo sua renúncia.
Cudahy, uma cidade majoritariamente latina e que enfrenta tensões devido às políticas de imigração da administração Trump, que classificou cartéis e gangues como organizações terroristas. Gonzalez, por meio de seu advogado, Damian Martinez, nega incitação à violência, afirmando que buscava mobilizar a comunidade para protestos pacíficos. Contudo, o chamado às gangues, conhecidas por sua brutalidade, gerou indignação.
O DHS classificou o ato como “desprezível”, e a investigação do FBI reflete a gravidade das acusações. A prefeitura de Cudahy esclareceu que as palavras de Gonzalez não representam sua posição oficial.
A organização 8th Street teria entre 30.000 a 50.000 membros sendo uma das maiores gangues de Los Angeles, envolvida em tráfico de drogas, extorsão, assassinatos e tráfico de armas. Afiliada à Máfia Mexicana, mantém laços com o Cartel de Sinaloa e o CJNG, distribuindo narcóticos nos EUA e América Central.
A Florencia 13 (F13) teria cerca de 3.000 membros, a F13 é afiliada aos Sureños e à Máfia Mexicana. Atua no tráfico de drogas, extorsão e assassinatos, com histórico de violência racial contra afro-americanos.
Conexões com cartéis mexicanos garantem o fornecimento de drogas como fentanil e cocaína as organizações referidas pela vice-prefeita.
Ambas as organizações pagam “tributo” à Máfia Mexicana, que coordena suas operações e as conecta a cartéis, ampliando sua capacidade de tráfico e violência.
O chamado de Cynthia Gonzalez para que gangues como a 18th Street e a Florencia 13 resistissem ao ICE é um ato irresponsável que ignora o impacto devastador do crime organizado em comunidades vulneráveis. Essas gangues, longe de serem defensoras de qualquer causa, são braços de cartéis mexicanos que perpetuam violência, tráfico de drogas e corrupção.
A infiltração dessas organizações no poder público, como visto no México e no Brasil, demonstra o perigo de normalizar sua presença. A sociedade de Cudahy, e a comunidade latina em geral, merece lideranças que promovam soluções legais, não que flertem com a legitimação de grupos criminosos. A investigação em curso deve servir como um alerta para a necessidade de maior vigilância sobre a interseção entre política e crime, garantindo que o poder público não se torne um aliado, mesmo que indireto, de forças que ameaçam a segurança e a democracia.
Para um americano não habituado à infiltração do crime organizado no Estado, o chamado de Cynthia Gonzalez soa estranho à sua cultura e revela, de forma clara, diferenças profundas. Essas diferenças vão além da ideologia do crime, expondo visões contrastantes sobre o tipo de sociedade que desejamos construir em detrimento de outra.