AFP – A rede de televisão turca A-Haber divulgou na noite de domingo (30) imagens de câmeras de segurança mostrando homens carregando em sacos os supostos restos desmembrados do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul em 2 de outubro.
Na sequência de imagens podem ser vistos três homens carregando um total de cinco malas e dois grandes sacos escuros dentro da residência do cônsul saudita, localizada próxima ao consulado.
A-Haber afirma, citando fontes turcas, que nessas malas e sacos está o corpo desmembrado de Jamal Khashoggi.
O colunista saudita que criticava o poder de Riad foi assassinado em 2 de outubro por um comando especial no consulado de seu país em Istambul, aonde foi pegar documentos para seu casamento.
Riad afirma que o jornalista, colaborador do Washington Post, foi assassinado durante “uma operação fora de controle” do Estado, e realizada por duas pessoas que depois foram demitidas.
No entanto, o governo turco acusa representantes do “mais alto nível” do Estado saudita de estarem por trás desse crime, enquanto a imprensa turca, os Estados Unidos e a CIA suspeitam que o próprio príncipe Mohamed bin Salman tenha ordenado o crime.
Os restos de Jamal Khashoggi continuam desaparecidos quase três meses após sua morte.
Autoridades turcas revelaram que o corpo foi desmembrado e removido do consulado, mas dúvidas permanecem sobre o que aconteceu a seguir.
A-Haber explica que as malas e bolsas mostradas em suas imagens foram levadas a bordo de um micro-ônibus que estava inicialmente na frente do consulado e depois foi para uma garagem na residência do cônsul.
Nestas novas imagens, os três homens são vistos descarregando o micro-ônibus e levando as bolsas para dentro da residência do cônsul.
As autoridades turcas revistaram a residência e o consulado em meados de outubro. Outros locais também foram revistados em Istambul e perto da cidade, mas em caso algum conseguiram encontrar o corpo do jornalista.
A imprensa turca relatou por um tempo que os investigadores estão inclinados a pensar que os restos de Khashoggi foram dissolvidos em ácido.