Deutsche Welle – A polícia de Paris anunciou que prendeu quase 240 pessoas neste sábado (16/03) após violentos distúrbios ocorridos durante os protestos dos “coletes amarelos” na capital francesa.
No 18º fim de semana consecutivo de manifestações contra o presidente Emmanuel Macron, várias lojas foram pilhadas e incendiadas no centro de Paris. Houve confrontos entre manifestantes e policiais, que responderam com gás lacrimogêneo e canhões de água. A polícia afirmou que 42 manifestantes, 17 policiais e um bombeiro ficaram feridos.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, que foi à avenida Champs-Elysées, que atravessa o centro de Paris, para mostrar apoio à polícia e aos bombeiros, prometeu “punir severamente” os radicais responsáveis pela violência “inaceitável”.
Philippe afirmou que “os que desculpam ou encorajam” tais atos se tornam “cúmplices”. O ministro do Interior, Christophe Castaner, criticou a ação de manifestantes que classificou como “profissionais da desordem” e pediu ao responsável pela polícia para responder “com a maior firmeza”.
Castaner afirmou que cerca de 1.500 militantes “ultraviolentos” se infiltraram entre os cerca de 10 mil que participaram das manifestações em Paris, segundo estimativas do Ministério do Interior francês. No sábado anterior, as manifestações atraíram 3 mil pessoas.
O número de manifestantes vinha diminuindo nos últimos fins de semana, e os organizadores esperavam dar neste sábado um novo alento ao movimento.
“Depois deste dia, pelo menos para mim, não haverá mais manifestações. Haverá ações de verdade, teremos que propor bloqueios. Demonstramos que sabemos protestar, que não funcionou e que não fomos ouvidos”, disse Éric Drouet, um dos líderes do movimento, através das redes sociais.
“O grande debate foi uma grande piada”, criticou Quentin, de 30 anos, que viajou de Nantes, no oeste do país, a Paris para participar da manifestação. Segundo ele, nada mudou em nível político, mas “pessoas de diferentes realidades aprenderam a se ver a favor de uma luta comum”.
O chamado RIC, Referendo de Iniciativa Cidadã (RIC), continua sendo a principal reivindicação dos opositores, que também exigem a dissolução da Assembleia Nacional e a constituição de uma provisória “enquanto o sistema é reorganizado”.