COM Redação/EBC/FOLHAPRESS
O Banco Central da Argentina estabeleceu limites para operações com cartão de crédito no exterior. A intenção é evitar a fuga de dólares e preservar as reservas do país, que sofreram uma redução de cerca de US$ 23 bilhões desde agosto deste ano, quando aconteceram as eleições primárias. No dia 31 do mês passado, as reservas do Banco Central do país fecharam em US$ 43 bilhões.
As restrições aplicam-se também para operações em jogos de azar e apostas, transferências para fundos de serviços de pagamento (paypal, por exemplo), transferência para contas de investimento no exterior, compra de criptomoedas e realização de operações cambiárias no exterior.
Apesar do limite de US$ 50 por saque no cartão de crédito no exterior, o Banco Central não impôs limites para a quantidade de operações. O problema é que, a cada saque, os cidadãos pagam as comissões correspondentes a cada operação e os juros, já que se trata de uma compra a crédito, o que resulta bastante oneroso. Além disso, pagam também a taxa das redes no exterior, que cobram por operação, apresentando o valor cobrado nas telas dos caixas eletrônicos, no momento do saque.
No início desta semana, após a eleição de Alberto Fernández para a presidência da Argentina, o Banco Central do país já havia anunciado uma redução na compra de dólares. Em setembro, os argentinos podiam comprar até US$ 10 mil por mês. Na última segunda-feira (28), o valor foi reduzido a US$ 200 por mês.
De acordo com o presidente do Banco Central, Guido Sandleris, as medidas foram tomada para “preservar as reservas durante este período de transição até que o novo governo defina sua política econômica e se dissipe a incerteza”.
“Instituições financeiras e outros emissores de cartões locais devem ter a aprovação prévia do Banco Central para acessar o mercado de câmbio para efetuar pagamentos no exterior pelo uso de cartões de crédito, débito ou pré-pagos emitidos no país”, diz o comunicado do Banco Central.
No ano passado, a Argentina recebeu um empréstimo de US$ 57 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de ajustes fiscais. O país já recebeu US$ 44 bilhões, e o FMI decidiu esperar os resultados das eleições antes de fazer o desembolso de US$ 5,4 bilhões, previsto para setembro.