JCEditores – A Corte Constitucional da Romênia, instância suprema do Judiciário nacional, decidiu nesta terça-feira impedir a candidatura do político Calin Georgescu, figura de destaque à direita, às eleições presidenciais, ratificando determinação prévia da Comissão Eleitoral romena, que, no domingo, já havia rejeitado sua participação. Georgescu, inconformado, interpôs recurso na segunda-feira, denunciando a medida como “flagrantemente ilegal”. Contudo, o tribunal, em decisão unânime, rejeitou seu pleito, a despeito das vozes de indignação levantadas por seus apoiadores.
Tal sentença, irrecorrível no âmbito jurídico romeno, põe fim à ascensão notável de Georgescu, cuja trajetória ganhara impulso em novembro último, quando, como candidato independente, surpreendeu ao vencer o primeiro turno das eleições presidenciais.

A votação, todavia, foi anulada antes do segundo turno, em medida rara e impactante no contexto da União Europeia, sendo remarcada para maio. Observadores apontam que tal precedente encontra eco em debates na Alemanha, onde se cogita adotar ações semelhantes para conter o avanço do partido Alternative für Deutschland (AfD), cuja crescente aceitação entre os eleitores é vista com apreensão por setores da estrema esquerda Europeia.
Em pronunciamento no domingo, a Comissão Eleitoral justificou a exclusão de Georgescu da disputa de maio com base na anulação judicial do pleito anterior. Fora do tribunal, seus partidários, inconformados, bradaram “ladrões” ao tomar conhecimento do veredito. Centenas de cidadãos rumaram às ruas de Bucareste, capital do país, em protesto contra a resolução da Corte. Os atos culminaram em embates com forças policiais, deixando treze feridos.
Três manifestantes, com idades de 43, 48 e 50 anos, foram detidos sob acusação de “atos de violência”, conforme informado por promotores, alinhados a decisão da suprema corte, nesta quarta-feira, 12 de março.
Georgescu, agora retirado do pleito pela decisão da suprema corte, figurava com expressivos 40% das intenções de voto para a eleição de maio, da qual não mais participará. Sua popularidade, que o alçara a uma posição de protagonismo, contava com o respaldo de altas autoridades do governo norte-americano, as quais viam com simpatia suas declarações de admiração pelo presidente Donald Trump. A exclusão de Georgescu, portanto, não apenas frustra as aspirações de seus eleitores, mas também ressoa como um revés para uma corrente política que, em sua visão, busca resgatar valores soberanos e tradicionais diante de um establishment que muitos julgam distante das reais demandas populares.