Da Redação – A governadora de Massachusetts, Maura Healey, criticou duramente os cortes de financiamento impostos pelo presidente Donald Trump à Universidade de Harvard, classificando a medida como parte de um plano “escandaloso” para silenciar opositores. A declaração foi feita durante uma entrevista à emissora CBS News, no programa “Face the Nation”, no último domingo.
Harvard, instituição de renome e alma mater de Healey, tornou-se o mais recente alvo das políticas de Trump, que incluem a ameaça de revogar o status de isenção tributária da universidade. A governadora destacou que tais ações refletem uma estratégia recorrente do presidente, que busca calar críticos por meio de medidas coercitivas. Segundo ela, os cortes, que totalizam 2,2 bilhões de dólares em recursos federais congelados, carecem de fundamento legal e são uma tentativa de intimidar instituições acadêmicas.
A administração Trump tem pressionado universidades americanas, acusando-as de não combaterem adequadamente o antissemitismo em seus campi. No caso de Harvard, a primeira instituição a rejeitar abertamente as exigências do governo, o presidente demandou a eliminação de políticas de diversidade, equidade e inclusão, além de alterações nos processos de admissão e contratação. Columbia University, por sua vez, cedeu a demandas semelhantes na esperança de recuperar 400 milhões de dólares em recursos bloqueados, mas não obteve a liberação dos fundos e enfrentou novos cortes.
Trump chegou a chamar Harvard de “piada” após a recusa da universidade em cumprir suas exigências, intensificando as ameaças contra sua isenção fiscal. Especialistas alertam que os cortes terão consequências graves, especialmente para a pesquisa científica. Em Massachusetts, o impacto será sentido em instituições de ensino e pesquisa, incluindo aquelas voltadas para a busca de curas para doenças, tratamentos e estudos sobre o câncer, que dependem de recursos da universidade e dos Institutos Nacionais de Saúde.
Healey enfatizou que a redução de investimentos em pesquisa compromete a posição de liderança dos Estados Unidos no cenário médico global. Segundo ela, cientistas podem buscar outros países para continuar seus trabalhos, o que prejudicará a competitividade americana. “É prejudicial para os pacientes, para a ciência e para a competitividade dos Estados Unidos”, afirmou, lembrando que o país historicamente liderou o mundo graças a décadas de investimentos em inovação científica.
A controvérsia envolvendo Harvard e outras instituições evidencia um embate crescente entre o governo Trump e o setor acadêmico, com implicações que vão além das finanças e tocam questões de liberdade de expressão e autonomia universitária.