Por: Eliana Pereira Ignacio – Olá, meus caros leitores. Hoje quero trazer à tona um fenômeno psicológico cada vez mais comum na era digital, especialmente entre adolescentes e jovens adultos: o FOMO, sigla em inglês para Fear of Missing Out, que em português significa “medo de estar perdendo algo”.
O FOMO está associado a sintomas como ansiedade, estresse, distúrbios do sono e até depressão — especialmente em contextos de uso intenso de redes sociais como Instagram, TikTok e Snapchat.
MAS O QUE EXATAMENTE É O FOMO?
Trata-se de um desconforto ou ansiedade gerado pela percepção de que outras pessoas estão participando de experiências gratificantes das quais você está ausente. Ele se manifesta, por exemplo, como:
- Ansiedade ao ver que outros estão se divertindo ou se conectando enquanto você está de fora.
- Impulso constante de checar as redes sociais por medo de estar desatualizado ou de perder algo relevante.
- Comparações sociais que geram sentimentos de inadequação, baixa autoestima ou insatisfação com a própria vida.
Você já rolou o feed do Instagram ou do TikTok e sentiu uma pontada de angústia ao ver outras pessoas viajando, comemorando conquistas ou vivendo aventuras, enquanto sua realidade parecia… comum demais? Se sim, você provavelmente já experimentou o
FOMO. POR QUE ISSO NOS AFETA TANTO?
O FOMO (Fear of Missing Out) afeta profundamente a saúde mental ao corroer o bem-estar emocional e a autoestima, muitas vezes de forma silenciosa.
Nas redes sociais, somos expostos apenas aos momentos positivos da vida dos outros, o que distorce a realidade e gera a sensação de que todos estão vivendo melhor do que nós.
Esse impacto na percepção pode influenciar negativamente nossos relacionamentos e nossa autoimagem.
SINAIS DE QUE O FOMO PODE ESTAR AFETANDO VOCÊ
- Dificuldade de viver o momento presente, com a mente sempre voltada ao que está acontecendo “lá fora”.
- Checagem compulsiva das redes sociais.
- Sensação de inferioridade ao comparar sua vida com a dos outros.
- Ansiedade ao ficar on ine.
- Medo constante de tomar decisões erradas e “perder” algo melhor.
- Tentativa de exibir nas redes uma vida interessante, mesmo que isso não corresponda à realidade.
Além disso, o FOMO pode prejudicar nossas relações. Você pode sentir ciúmes dos amigos, mágoa por não ser incluído em eventos ou até viver em função de mostrar que está se divertindo — alimentando um ciclo desgastante de comparação e frustração.
CONSEQUÊNCIAS EMOCIONAIS DO FOMO
Estudos mostram que o FOMO está ligado a:
- Ansiedade generalizada e sintomas depressivos;
- Baixa autoestima e sensação de inadequação; · Distúrbios do sono; · Impulsividade e dificuldade em tomar decisões;
- Menor satisfação com a vida real.
Ironia cruel: o FOMO nasce do desejo de conexão, mas pode acabar nos isolando emocionalmente.
COMO COMBATER O FOMO? ESTRATÉGIAS PRÁTICAS:
- Questione suas comparações Lembre-se: você está vendo apenas os melhores momentos da vida alheia — não a realidade inteira.
- Reduza o tempo nas redes Estabeleça limites. Evite usar o celular logo ao acordar ou antes de dormir.
- Valorize o que é real Conexões verdadeiras não precisam de curtidas. Esteja presente para quem está ao seu lado.
- Pratique o JOMO – Joy of Missing Out Desfrute a alegria de estar desconectado. A vida não precisa ser “instagramável” para ser incrível. 5. Busque apoio psicológico Se o FOMO estiver afetando sua saúde mental, procure ajuda. Você não está sozinho(a).
REFLEXÃO FINAL: VOCÊ ESTÁ VIVENDO… OU SÓ ASSISTINDO À VIDA DOS OUTROS?
O FOMO pode parecer uma característica da vida moderna, mas quando não é reconhecido e enfrentado, ele mina nossa autoconfiança e nos afasta daquilo que realmente importa: viver de verdade.
Olhe para dentro. Desconecte-se do excesso. Aprecie o agora. Nem tudo precisa ser postado algumas experiências só precisam ser vividas. “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem- -se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” — Romanos 12:2
Até a próxima semana!!!
Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jornaldossportsusa.com