JUNOT – Los Angeles arde. Protestos contra as deportações do governo Trump, iniciados com demandas legítimas, descambam para o caos. Bandeiras americanas queimadas, bandeiras mexicanas erguidas em meio a fumaça de carros incendiados, lojas saqueadas e ruas devastadas. É isso que sobra de uma causa que, em teoria, busca justiça para imigrantes? Não é difícil perceber: esse cenário não inspira solidariedade. Parece mais uma revolta cega, um espetáculo de destruição que aliena o cidadão comum. Eis a cultura da violência, onde grupos radicais, alheios às reivindicações originais, transformam protestos em vandalismo puro. Até quando os democratas, tão rápidos em apoiar causas progressistas, vão ignorar essa bagunça? Ou seriam eles os agentes que instigam o caos ?
A cultura da violência não é novidade. É o que acontece quando a indignação justa é sequestrada por quem prefere o coquetel molotov ao diálogo. Em Los Angeles, protestos que começam com cartazes contra deportações terminam em prisões — mais de 300, segundo registros, por incêndios criminosos e ataques a policiais.
Grupos como o Unity of Fields, que se dizem anarco-socialistas, jogam lenha na fogueira. No X, glorificam assassinatos, como o de um CEO, e incitam ataques às forças da ordem. São militantes da causa imigrante? Duvidoso. Parecem mais vândalos em busca de adrenalina, usando a revolta alheia como pretexto.
Los Angeles já viu esse filme. Em 1992, após a absolvição dos policiais que espancaram Rodney King, a cidade explodiu em saques e mortes.
Em 2020, os protestos pelo Black Lives Matter seguiram o mesmo roteiro: causas legítimas ofuscadas por lojas destruídas.
Agora, em 2025, a história se repete. A violência, diurna e noturna, não discrimina horários, apesar de narrativas que tentam pintar o dia como “pacífico”. Vídeos mostram o contrário: confrontos a qualquer hora, alimentados por radicais que não representam os imigrantes, mas sim um impulso destrutivo.
Queimar bandeiras americanas enquanto se ergue a do México é um gesto calculado para provocar, não para convencer.
A causa dos imigrantes é justa. Ninguém questiona o drama de famílias separadas por deportações. Mas a violência a desfigura. Quando lojas são saqueadas e ruas viram campos de batalha, a mensagem se perde.
O americano médio, que poderia apoiar reformas migratórias, vê apenas desordem. Esses atos não são protestos; são um desserviço. Pior: reforçam a narrativa de Trump, que chama manifestantes de “insurrecionistas”. Quem ganha com isso? Certamente não os imigrantes.
Os democratas, tão vocais contra as políticas de Trump, estão em um beco sem saída. Gavin Newsom critica as deportações, mas hesita em condenar a violência. Por quê? Por Medo de perder a base progressista, que romantiza a “resistência”. Só que o eleitor não é bobo. Cenas de destruição não vendem empatia; vendem medo, ele não quer ter sua propriedade queimada ou saqueada.
Quanto mais os democratas tolerarem esse caos, mais munição dão aos adversários. A paciência do público tem limite.
A cultura da violência é um veneno. Transforma causas nobres em caricaturas de rebelião. Para salvar a legitimidade dos protestos, é preciso isolar os vândalos. Condenar a destruição gratuita sem meias palavras. Caso contrário, a luta por justiça será reduzida a cinzas — literalmente, nesse cenário de caos, quem perde são os imigrantes.