JSNEWS
Washington (EUA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou nesta quarta-feira (29) arrependimento por não poder disputar um terceiro mandato na Casa Branca, citando explicitamente a Constituição americana como barreira. A declaração, feita a bordo do Air Force One durante viagem à Coreia do Sul, reforça especulações sobre o futuro político do republicano, que iniciou seu segundo mandato em janeiro de 2025 e já usou bonés com a inscrição “Trump 2028” em eventos públicos.
Declaração a bordo do avião presidencial
“Tenho os melhores índices de aprovação que já tive e, sabe, com base no que estou lendo, não acho que seja elegível para concorrer, então veremos o que acontece… É uma pena”, disse Trump aos jornalistas, reconhecendo o limite constitucional. A 22ª Emenda, ratificada em 1951 após os quatro mandatos de Franklin D. Roosevelt, estabelece que “nenhuma pessoa pode ser eleita para o cargo de presidente mais do que duas vezes”. Como Trump já cumpriu dois mandatos – o primeiro de 2017 a 2021 e o atual –, ele está legalmente impedido de concorrer novamente em 2028.
A fala ecoa comentários semelhantes feitos na segunda-feira (27), quando Trump admitiu que “adoraria” disputar outro mandato, mas rejeitou ideias de apoiadores, como concorrer a vice-presidente ao lado de JD Vance, seu atual vice, para assumir o cargo posteriormente. “Não é possível”, afirmou, descartando o esquema como “bastante claro” na Constituição.
A declaração surge em meio a uma onda de popularidade para Trump, impulsionada por políticas econômicas e de imigração que, segundo ele, elevam seus números nas pesquisas. Setores próximos ao presidente, incluindo aliados republicanos, flertaram com a ideia de uma emenda constitucional para permitir um terceiro mandato, mas analistas veem isso como improvável – exigiria aprovação de dois terços do Congresso e ratificação por 38 estados. Trump, de 79 anos, tem alimentado o debate com referências sutis a 2028, mas sua recusa em endossar manobras legais sugere um foco em influenciar o Partido Republicano para a sucessão, possivelmente endossando Vance ou outro nome alinhado ao “MAGA” (Make America Great Again).
A Constituição não só barra um terceiro mandato presidencial, mas também impede Trump de concorrer a vice em 2028, já que a elegibilidade para vice exige qualificações idênticas às do presidente. Qualquer alteração demandaria um processo longo e divisivo, improvável em um Congresso polarizado.
Reações iniciais
A imprensa americana destacou o tom melancólico de Trump, interpretando-o como uma estratégia para manter sua influência no GOP. Críticos democratas, como o ex-presidente Joe Biden, ironizaram em redes sociais: “A Constituição funciona – até para quem tenta dobrá-la”. Enquanto isso, apoiadores no X (antigo Twitter) reviveram petições por emenda, mas sem tração significativa. O episódio reforça o legado de Trump como figura disruptiva, mas também os limites institucionais que ele mesmo já testou no passado, como nas contestações de 2020.


