
Rio de Janeiro (RJ) – A megaoperação “Contenção”, deflagrada nesta terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, elevou-se a um patamar de horror inimaginável: a contagem de vítimas fatais chegou a 132 mortes – 128 civis e 4 policiais –, em uma soma sinistra de cadáveres que não dá trégua, conforme balanço atualizado pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPE-RJ) nesta manhã de quarta-feira (29). Moradores, em atos de desespero e revolta, resgataram mais de 60 corpos de áreas de mata densa e os expuseram na Praça São Lucas (Vila Cruzeiro), transformando a cena em um memorial macabro de sacos pretos alinhados sob o sol escaldante.
Essa operação, a mais letal da história do estado, não é mero confronto: é o sintoma agudo de uma cidade – e um país – reféns do crime organizado, onde facções e milícias ditam as regras em territórios inteiros, e o Estado, paralisado por leniências institucionais, assiste ao desmoronamento. O governador Cláudio Castro (PL), em coletiva no Palácio Guanabara, admitiu a subnotificação inicial (que fixava em 64 mortes), mas defendeu a ação como “avanço contra o Comando Vermelho (CV)”. No entanto, enquanto rabecões do IML removiam os restos mortais sob olhares atônitos de centenas de familiares, o episódio grita o fracasso de um sistema que, após quase duas décadas de governos petistas, pavimentou sob governo Lula o caminho para um narcoestado brasileiro.
Barricadas de ônibus incendiados, bombas lançadas por drones criminosos ao som de rajadas até a madrugada – tudo isso em uma operação que mobilizou 2.500 agentes, mas revelou a fragilidade de um poder público acovardado.
132 Vidas Perdidas em Uma Noite
O Rio de Janeiro, em sua maior parte, é um arquipélago de territórios dominados por facções e milícias, onde a soberania estatal é uma ilusão distante. O mapeamento da Polícia Militar de 2025 revela que, das 1.625 áreas com presença armada no estado, 62% são do CV, 21,5% do Terceiro Comando Puro (TCP), 12,5% de milícias e míseros 4% da Amigos dos Amigos (ADA).
Na capital, o CV controla 51,9% das zonas criminosas, uma expansão de 8,4% desde 2023, enquanto milícias, apesar de uma contração de 19,3%, disputam lucros bilionários em extorsão, gás encanado e TV pirata. Isso afeta 3,7 milhões de habitantes na cidade do Rio, segundo o Mapa dos Grupos Armados atualizado, com facções infiltradas em 21% dos bairros, conforme Datafolha de outubro de 2025.
A contagem de 132 mortes – com corpos resgatados em kombis e caçambas por moradores exaustos, expostos em praça pública como um grito de socorro – não é isolada: é o ápice de um narcoestado em consolidação. O crime organizado faturou R$ 146 bilhões em 2024, eclipsando o PIB de estados menores, e responde com retaliações que paralisam a metrópole: escolas fechadas, comércio morto, vias como a Avenida Brasil e Linha Amarela bloqueadas por chamas. Esse avanço é o legado tóxico de quase 20 anos de hegemonia petista no Planalto (2003-2016 e 2023-hoje), com políticas que romantizam o “direito à migração interna” para favelas, mas ignoram a repressão necessária, fomentando ONGs coniventes e visitas presidenciais a morros que servem de palanque para o PCC e CV.
Podres Poderes
O Supremo Tribunal Federal (STF) é parte dessa tragédia, com a ADPF 635 – apelidada de “ADPF das Favelas” – atuando como um escudo impenetrável para o crime. Ajuizada pelo PSB em 2019 e em vigor desde 2020, a decisão proíbe operações em comunidades exceto em “casos excepcionais” com justificativa escrita ao MP, veta helicópteros como plataformas de tiro e impõe câmeras e ambulâncias. O resultado? Uma expansão de 25% do território do CV durante sua vigência, conforme o MPRJ, e uma letalidade policial sufocada que explode em chacinas reativas, como essa com 132 vítimas.
O governador Castro a chama de “maldita herança”, e com razão: o STF, assumindo o papel de “Secretaria de Segurança”, inibe ações preventivas e distorce dados em relatórios semestrais que priorizam “transparência” sobre eficácia. De 2007 a outubro de 2025, 707 chacinas policiais ceifaram 2.905 civis e 29 PMs, mas sem a ADPF, o caos seria contido – não liberado para massacres como o de ontem, onde corpos foram ocultados em matas, só descobertos por moradores em uma contagem que não cessa.
Decisões lenientes do Judiciário, aplaudidas por entidades ligadas a facções, transformam o STF em cúmplice de um sistema que valoriza bandidos sobre cidadãos, enquanto famílias choram 128 perdas civis em uma praça profanada.
O Congresso Nacional, esse antro de barganhas, finge espanto com a contagem sinistra de 132 mortes, mas sua inércia é conivente priorizando verbas para bases eleitorais. Deputados e senadores, que parecem terem sidos eleitos com o dízimo do crime, trocam reformas anti-facções por favores do Executivo petista.
A indiferença é letal: sem coordenação federal, ações viram carnificinas como essa, onde 81 prisões e 93 fuzis apreendidos mascaram o fracasso de um poder que atende reivindicações orçamentárias, mas ignora o luto de uma cidade sitiada.
Após quase 20 anos de PT no poder, o Brasil é um narcoestado em gestação: facções corrompem a economia, agentes públicos e territórios inteiros, com Lula chamando traficantes de “vítimas” e visitando favelas como o Alemão (2022) ou Moinho (2025) via ONGs duvidosas. O governo federal nega GLO ao Rio, prioriza centros amazônicos contra narcotráfico enquanto o CV bombardeia blindados, e acumula suspeitas de conivência – de custeio de “damas do tráfico” pelo MDHC a negociações sombrias. A contagem de 132 mortes, com rabecões lotados e famílias em vigília eterna na Praça São Lucas, é o veredicto: o silêncio do Planalto é cumplicidade.
Sem revogação da ADPF 635, aprovação urgente da PEC e uma repressão coordenada, o Rio de 132 cadáveres será o Brasil de amanhã – um narcoestado onde o crime não dá trégua em um Estado fantoche.


