Edel Holz – Quando eu era criança, o feriado que eu mais gostava, sem dúvida nenhuma era a Páscoa. Primeiro porque eu amava coelhos e ovos de Páscoa e segundo porque a gente seguia as pistas pra encontrarmos os ovinhos escondidos.
Mamãe, tinha uma caderneta da Padaria do nenen e teve um ano que ela comprou vinte e três ovos na conta do papai pra presentear minhas amigas e os filhos de suas empregadas. Meu pai quase teve um ataque cardíaco, porque ovos de Páscoa nunca foram baratos!
Minha amiga Elaine Mello, começou a fazer ovos caseiros e foi descobrindo recheios diferenciados e suas belas embalagens iluminavam nossos olhos e a vontade de comê-los duplicava! Pra mim, seus ovos são os melhores do mundo! Basta fechar os olhos e me lembro do Irmão falando no rádio: Elaine Mello chocolatier!
Teve uma Páscoa, que Ângela Beraldo me deu um coelhinho branco de olhos vermelhos. Luciana Sarno prontíssima pruma festa, com um vestido longo de veludo que tinha o fundo preto e uma estampa de ‑ ores, foi brincar com o Cenourinha (que não gostava de cenoura) e ele fez cocô no colo dela, que saiu chorando com o vestido cagado.
Na Páscoa de 2014, trouxe Rosi Campos para fazer com nossa trupe A Paixão de Cristo. Fizemos dois anos consecutivos com 30 pessoas no elenco e Robson Lemos como Jesus Cristo. Devido ao alto custo da Produção, ficou impossível fazermos anualmente.
Durante a quaresma as galinhas não botam ovos, as pessoas aproveitam pra fazerem suas promessas e a ressurreição de Cristo toma conta dos nossos corações.
Na segunda-feira após o domingo de Páscoa sempre iniciava uma dieta, já que no dia anterior, enfiarmos o pé na jaca e comemos chocolate até dizer chega!
Mal posso esperar pra próxima Páscoa chegar pra me deliciar com mais e mais ovos deliciosos.
SOBRE A COLUNISTA: Edel Holz é a mais premiada e consagrada atriz, roteirista, diretora e produtora teatral brasileira nos Estados Unidos. Inquieta e de mente profícua, Edel tem sempre um projeto cultural engatilhado para oferecer para a comunidade brasileira. Depois de anos de ausência, Edel volta a abrilhantar as páginas de um jornal. Damos as boas vinda à poderosa e de mente efervescente Edel.