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A administração Trump avança com uma reestruturação profunda na Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE), realocando cerca de uma dúzia de diretores regionais em meio a frustrações internas explícitas com as operações agressivas da Patrulha de Fronteira (Border Patrol), que priorizam prisões indiscriminadas sobre foco em criminosos. Essa tensão, revelada por fontes anônimas à CBS News, indica um desacordo parcial com a execução implacável da política de deportações, afetando metade dos 25 escritórios de campo da agência. Um alto funcionário americano, sob anonimato, destacou que os realocados criticam as batidas surpresa em locais civis — como estacionamentos de Home Depot e lavagens de automóveis em cidades democratas como Chicago e Los Angeles —, que geram forte oposição local e desviam recursos de alvos de alto risco. “Estamos prendendo criminosos, enquanto eles vasculham Home Depots e lavagens de carros”, confidenciou um oficial a CBS NEWS, resumindo o atrito operacional.
A medida, aprovada pela Casa Branca, visa substituir esses líderes por oficiais da Border Patrol, mais alinhados às metas de 3.000 prisões diárias propostas por Stephen Miller, vice-chefe de gabinete. Até o momento, a ICE registra média de 900 detenções por dia, totalizando mais de 260 mil desde janeiro, mas sem atingir os patamares ambiciosos. Em declaração, a porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS), Tricia McLaughlin, enfatizou o “foco absoluto em remover imigrantes ilegais criminosos violentos”, enquanto Abigail Jackson, da Casa Branca, defendeu a “unidade total” na agenda presidencial.
No entanto, relatos internos sugerem que o desacordo vai além da operacionalidade, tocando em preocupações com o impacto social e jurídico das táticas “pesadas”.Essa não é a primeira remodelação: em fevereiro, Caleb Vitello foi substituído por Todd Lyons como diretor interino, e outros chefes de unidades foram realocados por “lentidão”. A ICE permanece sem um diretor confirmado pelo Senado desde 2017, agravando instabilidades internas.
Críticos, como o Conselho Americano de Imigração, alertam que a purga compromete a eficiência, radicalizando comunidades e erodindo apoio público. A administração, por sua vez, celebra os “resultados extraordinários” na segurança de fronteiras.


