REUTERS – A Universidade da Califórnia na cidade de Berkeley foi alvo da abertura de um processo judicial nesta terça-feira (28) por grupos judaicos que disseram que a instituição se tornou um foco de antissemitismo “sem controle”.
De acordo com uma denúncia da organização sem fins lucrativos Centro Louis D. Brandeis, a liderança da UC Berkeley faz vista grossa a problema de longa data de antissemitismo no campus, mesmo depois de demonstrações de assédio e violência física contra judeus após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.
A queixa apresentada no tribunal federal de San Francisco está entre as primeiras contra uma grande universidade desde que a guerra entre Israel e o Hamas provocou protestos em muitos campi universitários.
A queixa afirma que dois manifestantes golpearam com uma garrafa de metal a cabeça de um estudante judeu envolto em uma bandeira israelense, e descreve como um membro do corpo docente supostamente interrompeu uma aula para 1.000 calouros para fazer um discurso de 18 minutos contrário a Israel.
A denúncia também afirma que “nada menos” do que 23 grupos da faculdade de Direito da universidade têm políticas antijudaicas. O documento diz que isso inclui a exigência de que os palestrantes convidados repudiem o sionismo, e de que estudantes judeus que desejam fornecer serviços jurídicos pro bono sejam submetidos ao treinamento “Palestina 101”, que enfatiza a ‘suposta’ ilegitimidade de Israel.
Em um comunicado, a UC Berkeley disse que há muito está empenhada em confrontar o antissemitismo e que, embora não possa censurar discursos ofensivos, reconhece que algumas manifestações têm sido “perturbadoras e assustadoras” para os estudantes judeus.
“Embora apreciemos as preocupações expressas pelo Centro Brandeis , a UC Berkeley acredita que as reivindicações feitas no processo não são consistentes com a Primeira Emenda da Constituição ou com os fatos que realmente estão acontecendo no nosso campus”, disse a universidade.