REUTERS – Um italiano morreu na última quinta-feira (16) no primeiro caso de suicídio assistido da Itália, segundo uma associação que faz campanha pela eutanásia legal.
Federico Carboni, 44, era motorista de caminhão e ficou tetraplégico há 12 anos após um acidente de trânsito. Carboni morreu com a família ao lado dele depois de administrar um coquetel de medicamentos letais. Uma máquina especialmente projetada para esse fim foi utilizada.
“Não nego que me arrependo de ter me despedido da vida”, disse ele à Associação Luca Coscioni, que o ajudou a superar a resistência dos tribunais e das autoridades de saúde.
“Fiz tudo o que pude para viver da melhor maneira possível e tentar aproveitar ao máximo minha deficiência, mas agora estou no fim das minhas forças, tanto mental quanto fisicamente”, completou Carboni.
O Tribunal Constitucional da Itália abriu o caminho para o suicídio assistido em 2019, diante da forte oposição de partidos conservadores e da Igreja Católica Romana, mas estabeleceu que as autoridades de saúde locais precisam revisar e aprovar cada pedido.
Alguns pacientes em busca de autorização acusaram as autoridades de arrastar deliberadamente os casos para não tomar uma decisão a respeito do tema.
Carboni obteve permissão para receber os medicamentos letais em novembro de 2021, depois de vencer dois processos judiciais e superar uma recusa inicial dos órgãos de saúde.