Por Deutsche Welle – Ao menos 100 iranianos que foram presos ao longo de mais de 100 dias de protestos no Irã enfrentam acusações puníveis com a morte, afirmou a organização de direitos humanos Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo. Pelo menos 11 deles já foram condenados à morte.
As manifestações populares tomaram conta do Irã desde a morte da jovem curda Jina Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial em 16 de setembro. Ela havia sido presa por supostamente violar o rígido código de vestimenta do país para as mulheres.
No início de dezembro, o regime iranino executou dois homens em conexão com os protestos, numa escalada da repressão que, segundo ativistas, visa instalar o medo na sociedade. Ao todo, mais de 470 já morreram em conexão com as manifestações.
Em um relatório nesta terça-feira (27/12), o IHR informou ter identificado 100 detidos que correm o risco de serem condenados à morte. Cinco deles são mulheres. Segundo a organização, muitos deles têm acesso limitado à representação legal.
“Ao emitir sentenças de morte e executar algumas delas, eles [as autoridades] querem fazer com que as pessoas voltem para casa”, afirmou o diretor do IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam. “Tem algum efeito, mas o que observamos em geral é mais raiva contra as autoridades.”
Segundo Amiry-Moghaddam, “a estratégia [do regime] de espalhar o medo por meio de execuções falhou”.