Radio France Internationale – Pelo menos 10 pessoas foram mortas e mais de duas dezenas ficaram feridas em quatro tiroteios nos Estados Unidos neste fim de semana, enquanto os legisladores lutam para responder à onda de violência armada no país. Os episódios aconteceram nos Estados de Tennessee, Pensilvânia, Arizona e Carolina do Sul.
Uma briga em Chattanooga, Tennessee, na madrugada de domingo (5), perto de uma boate, resultou em 14 pessoas baleadas, com duas vítimas fatais. Mais uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas depois de serem atingidas por veículos que fugiam do local, disse a chefe de polícia Celeste Murphy, acrescentando que “várias” vítimas permaneceram em estado crítico.
Na Filadélfia, no estado da Pensilvânia, dois homens e uma mulher foram mortos no sábado quando várias pessoas abriram fogo contra uma multidão na área de intensa vida noturna de South Street. A comissária de polícia da Filadélfia Danielle Outlaw disse que uma das vítimas brigou com outro homem, o que poderia ter sido a causa do tiroteio. As outras duas pessoas eram “espectadores inocentes”, disse ela a repórteres.
Em Saginaw, Michigan, três pessoas foram mortas e outras duas ficaram feridas em um tiroteio no domingo, informaram o MLive.com e a televisão WEYI, citando a polícia.
E no condado de Clarendon, na Carolina do Sul, cinco adolescentes e uma criança de 12 anos estão entre as sete pessoas feridas em um tiroteio em uma festa de formatura no sábado, que matou um adulto, disse a polícia em comunicado.
Onda de tiroteios
Ataques com armas são comuns nos Estados Unidos, mas o choque sentido pelos recentes tiroteios em massa em uma mercearia em Buffalo, Nova York e uma escola primária em Uvalde, Texas – que mataram 10 e 21 pessoas, respectivamente – estimulou pedidos de ação.
O senador democrata Chris Murphy tem discutido com um grupo de senadores medidas de reforma – um trabalho intenso junto aos republicanos, que normalmente rejeitam a maioria das formas de controle de armas.
O senador Murphy disse no domingo que o grupo espera elaborar um pacote legislativo que atraia pelo menos 10 votos republicanos, além do apoio esperado de quase todos os democratas. “Acho que a possibilidade de sucesso é melhor do que nunca”, disse ele à CNN.
Mudanças modestas
O pacote em discussão, disse ele, provavelmente incluirá “investimento significativo em saúde mental, dinheiro para segurança escolar e algumas mudanças modestas, mas impactantes nas leis de armas”, incluindo uma expansão das verificações de antecedentes para compradores de armas.
“O Congresso precisa fazer seu trabalho e aprovar uma regulamentação de bom senso que ajude a acabar com esse absurdo”, disse o prefeito de Chattanooga, Tim Kelly, a repórteres.
Ele pediu “verificações obrigatórias de antecedentes e a proibição de cartuchos de alta capacidade que permitem que os atiradores atinjam dezenas de pessoas sem precisar recarregar”.
Além dos massacres no Texas e em Nova York, nas últimas semanas tiroteios em massa aconteceram em um hospital em Oklahoma e em uma igreja na Califórnia.
Embora os republicanos tenham bloqueado com sucesso a maioria dos esforços de controle de armas por anos, alguns recentemente se manifestaram por mudanças.
Uma pesquisa da CBS News/YouGov publicada no domingo mostra que 62% dos americanos concordam com a proibição nacional de rifles semiautomáticos. O apoio é ainda maior para verificações de antecedentes de todos os compradores de armas (81%) e leis de “bandeira vermelha” (72%).
A violência armada nos EUA matou mais de 18.000 pessoas este ano, incluindo quase 10.300 suicídios, de acordo com o Gun Violence Archive.